Saúde: Pele atópica: mais do que pele seca_LusoJornal·Saúde·14 Agosto, 2023 [pro_ad_display_adzone id=”37510″] Muitas vezes pele atópica do eczema e dermatite atópica são utilizadas de forma indiscriminada, contudo traduzem conceitos diferentes. Uma pele atópica é geralmente uma pele seca, em pessoas com predisposição genética para desenvolver eczema, rinite ou asma, contudo, podem nunca sofrer destas condições. Assim sendo, não se trata de uma doença, mas de uma predisposição. Ou seja, a pele atópica não é uma doença, é um tipo de pele com características próprias que pode predispor ao aparecimento de eczema/dermite atópica. O eczema ou dermatite atópica é já uma doença inflamatória crónica que se apresenta com áreas cutâneas com eritema e comichão que podem originar espessamento cutâneo (liquenificação). Na pele atópica temos apenas pele seca e outros estigmas de atopia, como seja a queratose pilar (discretas pápulas queratóticas da face lateral dos braços), a prega de Dennie-Morgan (dupla prega infrapalpebral) e a pitiríase alba (manchas hipopigmentadas, arredondadas da face, tronco e membros superiores). A fase inicial do eczema/dermatite atópica apresenta-se com áreas vermelhas, exsudativas e crostosas que podem ter pequenas vesículas. O prurido é geralmente intenso. Na fase crónica, o ato de coçar origina áreas de pele espessadas ou liquenificadas. A pele atópica é uma predisposição e como tal, nasce com o indivíduo; o eczema/dermite atópica pode começar logo a partir dos 3 meses de idade, mas também se pode manifestar mais tardiamente, ao longo de toda a infância (a maioria desenvolve a doença antes dos 5 anos) ou mesmo na vida adulta. Podem desaparecer? A pele atópica será sempre uma característica daquele indivíduo, já o eczema/dermatite atópica que se desenvolve durante a infância frequentemente desaparece ou diminui consideravelmente até à idade adulta. É possível prevenir? A prevenção passa por evitar banhos prolongados e de água muito quente e evitar a utilização de sabões. A aplicação de um emoliente diário é fundamental para prevenir ou reduzir o número de crises. Poderá ser útil identificar e evitar fatores desencadeantes que pioram o quadro clínico. Como se trata cada uma? A pele atópica não tem tratamento visto ser uma condição hereditária. A pele deverá ser cuidada e hidratada por prevenção. O tratamento do eczema/dermatite atópica depende da gravidade clínica. Passa pela utilização de corticosteróides, imunomoduladores, fototerapia, dupilumab e, às vezes, antibiótico. Os fatores desencadeantes incluem o suor, o stress, sabões, detergentes e determinados alergénios. O que se deve evitar comer quando se tem pele atópica ou eczema? Não está provado que a evicção de certos alimentos melhore o eczema atópico, exceto se houver alergia alimentar documentada. Dra Ana Moreira Dermatologista Allure Clinic, no Porto [pro_ad_display_adzone id=”46664″]