As perturbações alimentares afetam cada vez mais pessoas. Chamamos a atenção para quatro aspetos que não pode desvalorizar:
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1. A procura de uma solução para um mal-estar na restrição alimentar ou no seu uso excessivo e desregrado é mais comum do que imaginamos.
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2. Perturbações do comportamento alimentar – A que sinais devemos estar atentos?
– Comer escondido
– Comer sem fome
– Comer até existir mal-estar
– Sentir culpa após comer
– Comer para suprir necessidades emocionais
– Comer rápido demais
– Expressar descontentamento com a aparência, peso ou autoestima.
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3. Mais próxima de uma dependência do que imaginávamos
A fisiopatologia das perturbações alimentares ainda é mal conhecida. Sabemos que a regulação do comportamento alimentar e do peso corporal está dependente de vias no SNC comuns a outros comportamentos complexos como a aprendizagem ou as dependências, que têm um mecanismo em comum – o sistema motivacional.
A nossa motivação é essencialmente controlada pelo hipotálamo, pelo sistema límbico e córtex pré-frontal.
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4. Falamos sempre de uma Perturbação do comportamento alimentar quando há um problema com a comida?
É importante distinguirmos o que é uma Perturbação do comportamento alimentar primária e alterações do apetite secundárias a outras Doenças mentais.
Uma Depressão pode provocar uma diminuição do apetite com perda de peso extrema (mas não existe uma perda de peso propositada ou alterações da imagem corporal) e uma Ansiedade pode provocar um aumento do apetite para hidratos de carbono de ação rápida que remite quando a ansiedade é controlada. Estas são situações que devem ser sempre excluídas quando a hipótese colocada é uma Perturbação do comportamento alimentar.
Se existem sinais de alarme na hora de estar à mesa procure ajuda. A regulação do apetite é essencial na prevenção da doença mental e física.
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Dra. Maria Moreno
Psiquiatra
Clínica CogniLab, Cascais