Secção portuguesa do Liceu internacional de Saint Germain-en-Laye: 50 anos de história

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O Liceu Internacional de Saint Germain-en-Laye foi fundado em 1952. Escola dos filhos dos oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) viu a sua existência ameaçada com a transferência (em 1965) desta organização para Bruxelas. Das Secções que o compunham só quatro ficaram. Consciente da importância de “continuar a desenvolver um espírito de camaradagem entre jovens de diferentes nacionalidades”, apoiando-se nas Secções alemã, americana, britânica e holandesa, Edgar Scherer, o “Visionário” (1965-1989) multiplicou as iniciativas, insistindo com as autoridades francesas e estrangeiras e conseguiu dar nova vida a este estabelecimento de carácter único, pela abertura a novos países. Foi assim que a Secção Portuguesa, abriu no Liceu Internacional no ano letivo de 1973-1974.

Contemporânea da “Revolução dos Cravos”, a Secção de todos nós assumiu-se como uma instituição democrática franqueando as portas do duplo ensino – ensino de excelência – a todos os jovens, independentemente dos recursos materiais ou da posição social das famílias. Condição “sine qua non”: um dossiê escolar sólido e a vontade firme de trilhar a via da meritocracia.

Abrindo com cerca de 40 alunos dos primeiros anos de funcionamento, sob a direção firme e generosa de António Neves Leal (1974-1979) a Secção Portuguesa conta hoje com mais de 400 jovens que querem aprender Língua e Literatura Portuguesas e História de Portugal, num ambiente plurinacional e multicultural. O ritmo é intenso: mais seis horas de aulas por semana, da “Maternelle” à “Troisième” e que passam a oito, a partir da “Seconde”. O estudo é enriquecido com visitas a museus, instituições científicas, exposições, conferências, viagens de estudo a Portugal e outras.

Trata-se, afinal, de formar pessoas de espírito humanista, universalista, num espírito de formação contínua, como sublinhou o Presidente Mário Soares na sua visita ao Liceu Internacional e à Secção Portuguesa, em outubro de 1989.

Nos anos escolares 1997-1998 e 1998-1999, a Secção Portuguesa, sob o impulso da Diretora Matilde Teixeira (1995-2012) foi implantada também nos polos “Collège Pierre et Marie Curie” e “École Normandie-Niémen”, na cidade vizinha de Le Pecq. Foi um passo decisivo. A Secção passou a ombrear com as maiores das suas congéneres, também elas instaladas em “établissements-partenaires”, nas cidades de Le Pecq, Saint-Germain e Fourqueux, sendo o Liceu Internacional, como alguém disse, o “navio-almirante, mas sem hegemonia” deste conjunto de estabelecimentos.

Participando, desde 1977, no prestigiadíssimo “Concours Général” a Secção Portuguesa tem obtido anualmente prémios e galardões vários. O último ponto alto foi 2021. Neste ano, o Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye era o Estabelecimento de Ensino mais premiado de toda a França, com um total de sete Prémios. Pois bem, a Secção Portuguesa sobressaía com três desses prémios e um “Accessit”, obtidos por alunos que, por sinal, tinham iniciado os seus estudos no “Collège Pierre et Marie Curie”.

Outro tanto podemos dizer do número de “Mentions Très Bien” na “Option Internationale du Baccalauréat – OIB” ou ainda da participação no “Prix Cap Magellan – Fondation Calouste Gulbenkian du Meilleur Lycéen” de França, criado em 2010.

São 50 anos de trabalho, sério, rigoroso, regular e entusiasta – passado e presente – das equipas de Professores, Alunos e Famílias da Secção Portuguesa. A posição alcançada e os resultados obtidos são, sem dúvida, um motivo de saudável orgulho. São também uma responsabilidade. Comemorar meio século de vida é, acima de tudo, olhar para trás de pés bem firmes no presente. Tomar consciência do caminho percorrido e, a partir daqui, traçar as rotas do futuro com lucidez, coragem e ousadia.

José Carlos Janela

Diretor da Secção Portuguesa

Liceu Internacional de Saint Germain-en-Laye

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