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Secretário de Estado da Defesa prestou homenagem aos soldados portugueses da I Guerra

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O Secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, dedicou dois dias no Norte da França para prestar homenagem aos soldados do Corpo Expedicionário Português que combateram durante a I Guerra mundial.

“É fantástico ver como, 105 anos depois, ninguém se esquece, ninguém se quer esquecer e eu diria mesmo que, face ao atual momento em que vivemos no mundo, ninguém se pode esquecer” disse ao LusoJornal. “Isso não é o mais comum. O mais comum é que o fim de mais de 100 anos, poucas pessoas se lembrem, ou quase nenhumas. Aqui estamos ao contrário, cada vez há mais vitalidade nestas comemorações anuais e, francamente, só não virei para o ano se não puder”.

Marco Capitão Ferreira esteve primeiro no Cemitério Militar Português de Richebourg e depois junto ao Monumento ao Soldado português de La Couture. “Tenho um sentimento de enorme humildade. Por um lado, por ver aquilo que aqui foi feito pelas tropas portuguesas, em defesa dos valores comuns e do povo francês, mas também uma enorme humildade por ver o reconhecimento que há aqui em França. Nós tivemos aqui representantes do Governo francês, Presidentes de Câmara, Deputados, pessoas interessadas em nos acompanhar e julgo que demonstra bem que na Europa nunca deixamos de confiar e de depender uns dos outros quando está em risco a liberdade, quando está em risco a democracia”.

Depois passou pelo talhão português num dos cemitérios de Boulogne-sur-mer e foi a Ambleteuse, onde está o primeiro monumento que foi construído em França pela Cruz Vermelha Portuguesa. “Na altura, a Cruz Vermelha portuguesa e a sociedade civil em geral, acompanhou o Corpo Expedicionário Português. Vieram para acudir os feridos e efetivamente este é o monumento mais antigo” explica o Secretário de Estado. “É também uma boa ilustração da capacidade, na altura, das pessoas que não estavam mobilizadas para o conflito, que não tinham uma obrigação de vir, contrariamente aos militares, mas que decidiram fazê-lo por valores de humanidade, para cuidar do próximo”.

Em Ambleteuse, o Maire da cidade é Stéphane Pinto, neto de um soldado português. “É sempre muito gratificante ver que temos descendentes desses soldados que por cá passaram e alguns por cá ficaram, por cá casaram e por cá constituíram famílias. Este é mais um dos muitos nós que nos liga à França e ao povo francês”.

Para homenagear os soldados portugueses, tanto a França como Portugal, levaram bastantes jovens. “Nós trouxemos vários Cadetes vindos das Academias, do Colégio militar, muitos jovens também aqui o Conselho municipal de jovens” confirmou Marco Capitão Ferreira. “Eu julgo que os jovens respeitarão tanto mais esta herança, quanto mais nós os conseguirmos envolver nestes momentos e de certa forma explicar-lhes que não é uma abstração. É muito importante fazê-lo no momento em que ainda temos os netos de alguns dos que por cá passaram, para poderem dar os seus testemunhos pessoais, das suas famílias”.

Portugal tem atualmente soldados na Roménia, nos Bálticos, na República Centro-Africana, a treinar as Forças Armadas de Moçambique… “Há missões um pouco por todo o mundo e aquilo que distingue os nossos contingentes, é a forma como se conseguem ligar às populações locais, como conseguem o respeito. Isso não é por acaso, é um pouco a nossa maneira de ser e é também o tipo de treino que nós damos aos nossos militares. Eles percebem perfeitamente que o sucesso de uma missão militar nunca é composto apenas por fatores militares, há também que saber estar, saber ajudar os sítios onde estamos, saber colaborar com as autoridades locais” garante Marco Capitão Ferreira.



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