Home Cultura Timjao: Da música ao ciclismoAntoine Borges·16 Maio, 2021Cultura [pro_ad_display_adzone id=”46664″] João Timóteo ou Jean Timóteo, mais conhecido como Timjao, natural da região de Fátima, mais precisamente de Chainça, é um cantautor português radicado em França. Cresceu no seio de uma família modesta, mas rodeado de música. O pai tocava concertina, um dos cinco irmãos tinha uma harmónica, da qual se apropriou sem a autorização do mesmo, para tocar quando fazia pastar as cabras pelos montes. A paixão pela música foi tão grande, que decidiu fundar um rancho folclórico, o Rancho do Souto, para poder tocar harmónica e animar a população. Aos treze anos de idade trabalhou como padeiro, onde distribuía pão pelas localidades, locomovido pela bicicleta. Decidiu comprar a sua primeira concertina, que acabou por ter de vender logo depois, uma vez que se apropriou indevidamente de toda a receita da venda do pão, e precisava de a devolver ao patrão. Com tantas dificuldades que lhe atravessaram a vida, decidiu procurar um rumo melhor, foi no ano de 1967 que rumou a França. Impedido de passar a fronteira devido à falta de documentação, não desistiu e com a ajuda de outros músicos que encontrou em Espanha, oriundos de Alcobaça, conseguiu entrar em França, mesmo de forma ilegal. Com os primeiros trabalhos juntou dinheiro e comprou a sua primeira guitarra, apaixonou-se pelo som um dia que passeava na zona de Barbés e ouviu o tema “Proud Mary”, mesmo sem grande conhecimento do instrumento. Durante dois anos frequentou aulas e a sua paixão pelo rock cresceu como nunca. Por cerca de cinco anos teve a oportunidade de poder tocar um pouco por toda a zona de Pau (64) onde fundou o primeiro grupo musical, os “Commotion”, que faziam covers de Creedence Clearwater Revival, Beatles, Rolling Stones, o rock da época. Com o crescimento do seu agregado familiar e com as responsabilidades a aumentar, ingressou numa carreira desportiva – o ciclismo – onde esteve inscrito na Federação Francesa de Ciclismo. Ao todo acumula 44 taças, várias camisolas e até mesmo passagens pela televisão e jornais. Paralelamente, continuou a tocar e a cantar em clubes à noite, onde começou a compor as suas primeiras canções. Lança-se a solo nos anos 90, sob o pseudónimo de Timjao, grava o seu ex-líbris “Aquela Moça” e “Com Ele”, numa edição de 5.000 exemplares que se esgotou rapidamente. Na época, os temas atingiram uma enorme repercursão e chegaram mesmo a ser difundidos na NRJ e RFM, em França. Edita o segundo 45”, “Baby Baby” e “Dou-te e dei-te”, numa tiragem de 2.000 exemplares. Por curiosidade, um dos engenheiros de som com quem trabalhou na época, apelido de “Shorty” foi o mesmo que gravou os “Amantes e Mortais”, de Adelaide Ferreira, quando esta gravou cá em França, no Palais des Congrès de Paris. Através do Ministério da Cultura de Portugal, edita uma cassete promocional para Portugal. A repercursão foi enorme na época, que chegou a abrir os concertos de Pierre Groscolas. Timjao decidiu oferecer o benefício da receita de 1.000 discos seus aos Restos du Coeur. Para além de ter tocado um pouco por toda a França, também percorreu as terras lusitanas de norte a sul, partilhando a sua grande paixão, a música. Em 2018 volta à música, depois de uma ausência da indústria fonográfica. O seu novo LP, “Vive A Tua Vida”, um disco composto por 11 temas, muitos deles são composições originais e inclui ainda versões em Português de “Hey Tonight” e “Have You Ever Seen the Rain”, originais de Creedence Clearwater Revival. Atualmente, Timjao mantém contacto com membros do grupo. [pro_ad_display_adzone id=”37509″]