LusoJornal / Mário Cantarinha

Três perguntas à Presidente da Câmara de Setúbal sobre o Protocolo assinado com Nanterre

As cidades de Setúbal e de Nanterre (92) assinaram um Protocolo de cooperação, na quinta-feira da semana passada, dia 29 de novembro, na Mairie da cidade francesa, perante representantes associativos e políticos locais, assim como do Embaixador de Portugal em França.

Patrick Jarry, Maire de Nanterre, acolheu Maria das Dores Meira, Presidente da Câmara municipal de Setúbal, que o LusoJornal entrevistou.

 

Qual é o objetivo desta geminação?

Ainda é um Protocolo de intenções, que vai tratar de questões ligadas à proteção civil e socorro na área dos bombeiros, porque Setúbal é um dos cinco municípios em Portugal que tem bombeiros sapadores. Nanterre também tem bombeiros sapadores, e acabou de construir um novo quartel que tem algumas valências e áreas que são extremamente inovadoras, sendo muito importante também para nós. Pensamos construir um novo quartel e por isso achamos interesse esta parceria e este contacto. No que diz respeito às áreas da participação cívica, nós fazíamos parte, com Nanterre, do Conselho das autoridades locais periféricas, e Nanterre é uma cidade de experiências positivas nas áreas da participação cidadã, tal e qual como Setúbal, e portanto podemos trocar também aspetos de ver o mundo e de resolver problemas. Também temos alguns projetos nas áreas do desporto e da cultura. Foi por isso que aceitámos fazer este Protocolo nestas áreas com Nanterre.

 

Setúbal já tem várias geminações?

Acho que é importante para trocarmos experiências e para nos tornarmos cidades irmãs. É importante nós aprendermos com os outros. Temos de ser suficientemente humildes e modestos para aprendermos com os outros. E achamos que Nanterre tem experiências interessantes em diversas áreas como na participação cívica e no desporto, ou ainda na proteção civil e socorro. Achamos que todos estes Protocolos podem não ser forçosamente geminações, porque as geminações é um sentimento mais lato, porque serve para ir visitar o outro. Nós, o que estamos a fazer é um Protocolo de cooperação. Por exemplo na aérea da cultura, pessoas francesas podem ir fazer experiências a Setúbal, e vice-versa, pessoas de Setúbal ligadas à dança, ao teatro e à música, podem vir cá aprender como os Franceses. É totalmente diferente de uma Geminação. Um Protocolo tem um lado muito mais prático, e mais de fazer do que ir apenas ver. Queremos aprender a fazer melhor, com os Bombeiros de cá descobrimos carros específicos, com dispositivos específicos que nós não temos. Eles também poderão ver como fazemos noutras áreas. Temos de aprender uns com os outros.

 

O mercado francês é importante para Setúbal?

Claro que sim, temos mais de mil pessoas francesas a viverem em Setúbal. Por isso é importante trazer para aqui empresas e ver também empresas francesas que vão trabalhar com os seus produtos em Setúbal. Temos uma forte Comunidade, com várias pessoas que já têm casas ou até reabilitaram casas antigas, casas velhas. Mesmo se apenas 50% dos Franceses de Setúbal compraram casas ou reabilitaram casas, imagine o que representa isto na economia de Setúbal, é realmente muito importante. Esta aproximação de povos de língua diferente, de cultura e de história diferente, que trabalham juntos, é muito importante.

 

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