“Tristão e Isolda” de Wagner com encenação de Tiago Rodrigues desde ontem na Ópera de Lorraine

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Este domingo, uma encenação de Tiago Rodrigues da ópera “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, com a participação dos coreógrafos e bailarinos Sofia Dias e Vítor Roriz, estreou-se na Ópera Nacional de Lorraine, em Nancy.

Com os seus parceiros criativos, os bailarinos e coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz, Tiago Rodrigues retomou o mito de Tristão e Isolda e segue o seu movimento através dos tempos, nomeadamente através de “transcrições reescritos, traduções, mal-entendidos, erros e divagações”, lê-se na página de Ópera Nacional de Loraine, na Internet.

“Ele transmite a lenda que conjuga no presente, inscrevendo no vazio estas palavras que são maiores do que os nossos corpos”, acrescenta a ópera sobre o ator, encenador e dramaturgo português que, em setembro de 2022, assumiu o cargo de Diretor do Festival d’Avignon.

O teatro de Tiago Rodrigues “une num sopro o presente do palco com a comunidade efémera dos espectadores”, indica a Ópera da Lorraine. “Assume a forma de rituais frágeis e invulgares: realizar uma imensa epopeia com dois atores, ter um punhado de pessoas a aprender as linhas de um soneto shakespeariano, trazendo para o palco o ponto de partida do Teatro Nacional Dona Maria II em Lisboa”, conclui aquela ópera francesa, referindo-se especificamente a duas das peças do encenador e dramaturgo português, “Coro dos Amantes” e “By Heart”, respetivamente, que se destacaram na abertura da temporada francesa de espetáculos, no passado outono.

Durante quatro horas de experiência musical e mística, na história do amor trágico do cavaleiro originário da Cornualha e da princesa irlandesa, “Tristão e Isolda, Isolda e Tristão odiar-se-ão um ao outro, amar-se-ão, separar-se-ão, morrerão e reunir-se-ão”, lê-se ainda no ‘site’ da Ópera Nacional de Lorraine.

Nos principais papéis, no elenco da ópera estão o tenor Samuel Sakker, um cantor “wagneriano de uma escuridão espantosa”, como a crítica especializada o elogio depois dos seus desempenhos em “Mestres Cantores de Nuremberga” e “Navio Fantasma”, e a soprano Dorothea Röschmann, uma das mais versáteis e destacadas intérpretes desde o final dos anos de 1990.

Richard Wagner, inspirado pela sua paixão por Mathilde Wesendonck, “ofereceu ao mundo o que viria a ser um dos monumentos da arte ocidental”, a composição e o libreto da ópera em três atos “Tristão e Isolda”, apresentada, pela primeira vez, no Royal Bavarian Court Theatre, em Munique, em 10 de junho de 1865.

A criação encenada por Tiago Rodrigues, responsável também pelo texto adicional, é uma produção da Ópera Nacional de Lorraine, da Ópera de Lille e do Théâtre de Caen.

A dirigir a orquestra da Ópera Nacional de Lorraine está o maestro Leo Hussain, enquanto Guillaume Fauchère dirige o coro da orquestra.

Dirigida por Tiago Rodrigues, “Tristão e Isolda” tem cenografia de Fernando Ribeiro, figurinos de José António Tenente, luz de Rui Monteiro, dramaturgia de Simon Hatab, assistência de direção de Sophie Bricaire enquanto a tradução do texto adicional é de Thomas Resendes.

Além de Sofia Dias e Vítor Roriz como bailarinos, coreógrafos e tradutores, e dos protagonistas Dorothea Röschmann e Samuel Sakker, a interpretar a ópera, estão a meio-soprano Aude Extremo (Brangäne), o barítono Scott Hendricks (Kurwenal), o baixo Jongmin Park (Rei Marke), o barítono Peter Brathwaite (Melot), e ainda Alexander Robin (voz de um jovem marinheiro) e Yong Kim (timoneiro).

“Tristão e Isolda” continua na Ópera Nacional de Lorraine até 10 de fevereiro.

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LusoJornal