Vera Mantero e Jonathan Saldanha estrearam nova criação no Festival d’Avignon

Os espetáculos “Esplendor e Dismorfia”, de Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha, e “O Agora que Demora”, de Christiane Jatahy, estrearam-se na sexta-feira e no sábado no Festival d’Avignon 2019.

No festival, que decorrerá até 15 de julho naquela cidade do sul da França, na 73ª edição, a dramaturga e realizadora brasileira Christiane Jatahy estreou na sexta-feira “O Agora que Demora – Nossa Odisseia II”.

Quanto a “Esplendor e Dismorfia”, trata-se de uma criação e interpretação de Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha, encomendada pelo Festival d’Avignon, e teve estreia no sábado, no mesmo festival.

A peça tem cenário e adereços assinados também por ambos, banda sonora de Jonathan Uliel Saldanha, e voz de Vera Mantero. “Recital híbrido para dois corpos-paisagem animados pela respiração. Um aglomerado que se destrói e amplia, desastre e anti-desastre em que a aceleração, os fungos e a voz sobrevivem. Esplendores invisíveis. Hiper-futuro e hiper-passado. Entre a dismorfia, o sol e a carne”, segundo uma sinopse do espetáculo divulgada pela produção, O Rumo do Fumo.

Vera Mantero é coreógrafa e performer e o seu trabalho tem vindo a cruzar o movimento, texto, voz, e objetos, e desde 1991 apresenta as suas criações na Europa, América do Norte e do Sul, Singapura e Coreia do Sul. Jonathan Uliel Saldanha é criador sonoro e cénico e trabalha em interpretação de som, gestos e voz em teatro e cinema, apresentando o seu trabalho desde 2009 em Portugal e no estrangeiro.

“O Agora que Demora – Nossa Odisseia II” de Christiane Jatahy – criadora que foi Artista na Cidade de Lisboa 2018 – estará nos palcos do festival com apresentações até 12 de julho, segundo a programação.

Esta coprodução entre o Rio de Janeiro e Bruxelas é um cruzamento entre teatro e cinema, e apresenta várias línguas faladas em palco, nomeadamente árabe, turco, grego, inglês, francês, dialetos índios e português.

O espetáculo é a segunda parte do projeto “Nossa Odisseia“, para o qual percorreu vários continentes filmando e recolhendo testemunhos de refugiados, e o resultado é um retrato das “odisseias contemporâneas dos exilados, constrangidos pela sua dor de não se poderem lembrar, impedidos de pensar sobre o amanhã devido às calamidades onde vivem”, de acordo com um texto da programação do festival que arrancou na quinta-feira.

“Ítaca – Nossa Odisseia I” teve estreia em França no ano passado, em março, e foi depois apresentada em junho, no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Dramaturga formada em Filosofia, cineasta e dramaturga, Christiane Jatahy cresceu no Rio de Janeiro, e tem vindo a criar espetáculos que questionam a relação entre o ator e o público, e as fronteiras entre o documentário e a ficção.

Com dramaturgia e realização de Christiane Jatahy, o espetáculo tem colaboração artística, cenografia e luz de Thomas Walgrave, fotografia de Paulo Camacho, som de Alex Fostier e música de Vitor Araújo e Domenico Lancellotti.

 

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LusoJornal