Cabo-verdiano suspeito da morte de um Gendarme em Mougins


Um homem de nacionalidade cabo-verdiana, de 39 anos de idade, é suspeito de ter assassinado “sem intenção” o Gendarme Eric Comyn, em Mougins, que não quis parar numa operação de controlo de álcool, agora vai ser apresentado ao Tribunal de Grasse, nos Alpes-Maritimes.

Com 30 anos de experiência profissional, Eric Comyn tinha 54 anos, era casado e pai de duas crianças de 12 e de 16 anos. Integrava um pelotão de Mandelieu-la-Napoule desde 2007.

Depois de ter fugido, o suspeito acabou por ser detido perto de Cannes, onde efetivamente foi testado positivo no teste de alcoolémia, mas foi considerado psicologicamente responsável pelos atos cometidos.

O cabo-verdiano confessou que o gesto “irreparável” não foi premeditado e que não se apercebeu que a força de autoridade tinha sido derrubada e tinha caído ao chão na passada segunda-feira, em Mougins. Confessou ainda que fugiu porque “entrou em pânico”.

O incidente teve lugar na segunda-feira, dia 26 de agosto, às 20h40, quando o suspeito conduzia um BMW preto e preferiu fugir do que obedecer ao Gendarme que o mandou parar, na saída da autoestrada A8 para Mougins, perto de Cannes. O Gendarme acabou por falecer no seguimento deste atropelamento.

Depois de mais de 8 horas de investigação, o carro foi identificado numa garagem em Vallauris, com as devidas provas do acidente, e o homem foi detido por volta das 4h00 da manhã. Na altura da sua detenção estava na companhia dos pais, caboverdianos e argumentou que ia precisamente entregar-se na Gendarmerie de Cannes, perto da qual, efetivamente, se encontrava.

O Ministro do Interior deu mais alguns detalhes sobre o suspeito, que “tem a situação regularizada em França”, mas esteve envolvido em “numerosos” delitos, não apenas rodoviários. Gérald Darmanin fala mesmo assim de “delinquente da estrada” e, desde 2006 até hoje, já foi condenado 10 vezes por diferentes razões, não apenas por violação do código da estrada, mas também por violência, insultos, fuga, condução sem carta de condução, detenção de arma proibida, rebelião e condução em estado de embriaguez.

O assunto passou para a esfera política, a partir do momento em que a viúva de Eric Comyn veio hoje a público para dizer que “a França matou o meu marido, pela insuficiência do Estado, pelo seu laxismo e pelo excesso de tolerância”. Os dirigentes dos diferentes partidos políticos entraram também no debate para comentarem este incidente grave.

LusoJornal