LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha LusoJornal | Mário Cantarinha Home Comunidade Champigny-sur-Marne inaugurou a placa da rotunda Linda de SuzaMário Cantarinha·8 Outubro, 2025Comunidade A Mairie de Champigny-sur-Marne, a cidade que acolheu grande número de Portugueses nos idos anos 60, inaugurou este fim de semana a Rotunda Linda de Suza e convidou para a inauguração, não apenas os Portugueses de Champigny, mas também o Embaixador de Portugal Francisco Ribeiro de Menezes, a Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa e o filho da cantora homenageada, João Lança. “A ideia surgiu naturalmente. Eu encontrei a Linda de Suza aqui, no Parc du Plateau e quando fui às cerimónias fúnebres em Gissors achei importante que Champigny lhe preste homenagem. Eu penso que, se há cidade em França que o devia fazer, era precisamente Champigny” explicou ao LusoJornal Laurent Jeanne, o Maire de Champigny-sur-Marne. “A ideia foi votada no Conselho Municipal para que esta rotunda exista hoje”. Foi no próprio dia do funeral, no dia 6 de janeiro de 2023, que Laurent Jeanne assumiu este compromisso, que agora cumpriu. “Champigny-sur-Marne é uma cidade simbólica para a emigração portuguesa e penso que era importante que esta rotunda tivesse o nome de Linda de Suza, aqui neste sítio também ele particularmente simbólico, porque era aqui que estava o ‘Bidonville’ por onde passaram mais de 150.000 portugueses que vieram instalar-se em França, como foi o caso de Linda de Suza” disse o Maire da cidade. “Alguns vieram por poucos dias, outros por alguns meses, antes de seguirem para outra cidade, mas este foi um ponto de passagem”. Para Laurent Jeanne, “este é também um momento para agradecer aos Portugueses. Nós simplesmente vos acolhemos, mas vocês, também simplesmente, deram muito à França”. . Também é uma homenagem a Champigny O Embaixador de Portugal também agradeceu o convite do Maire de Champigny e agradeceu-lhe por ter programado esta inauguração para o dia 5 de outubro, a data da Implantação da República e, também por isso disse no início da sua intervenção que falava “com uma profunda emoção e imenso orgulho”. “A França e Portugal partilham a mesma visão da Europa e do mundo. E Linda de Suza é o exemplo mesmo dessa ligação entre Portugal e a França” disse Francisco Ribeiro de Menezes, antes de contar que Linda de Suza nasceu em 1948 em Beringel, no Alentejo. “Muito cedo decidiu sair de Portugal e vir para França onde trabalhou em várias profissões” e evocou os inícios da sua carreira, quando começou a cantar num café-restaurante em Saint-Ouen. Linda de Suza também passou por Champigny, com o filho, por isso, o Embaixador português considera que prestar homenagem à Linda de Suza também significa prestar homenagem a Champigny, “a esta cidade tão importante para a nossa Comunidade e para a história dos dois povos. Senhor Presidente, Champigny deve orgulhar-se de ter decidido acolher populações em tempos difíceis”. . João Lança visivelmente emocionado “Como podem imaginar é com uma enorme emoção que eu estou aqui hoje. Nunca, nos meus sonhos imaginei uma tal coisa” disse João Lança, o filho de Linda de Suza, no início da sua intervenção. “Hoje o meu coração bate mais forte do que nunca. Enquanto filho de Linda de Suza, eu, o pequeno Jeannot, sinto um orgulho imenso e uma emoção profunda ao ver esta cidade de Champigny oferecer à minha mãe este gesto de amor, uma rotunda com um nome que agora viverá para sempre nas vossas ruas”. “Agradeço de todo o coração ao Maire Laurent Jeanne, assim como a toda a municipalidade por esta homenagem, que não é apenas uma placa ou uma pedra, mas uma verdadeira ponte entre o passado e o futuro, entre a memória e a esperança” disse João Lança. “A minha mãe, Linda de Suza, chegou de Portugal com uma mala, muita coragem e um coração a transbordar de sonhos. Como muitos outros emigrantes dos anos 60 e 70, conheceu a dura realidade do ‘Bidonville’ de Champigny. Este ‘Bidonville’ de que se fala hoje com emoção, foi, para ela, um espaço de aprendizagem. Aqui, descobriu a solidariedade, a dignidade, apesar da precariedade, claro, e esta vontade de lutar, nunca mais a deixou. Mas é uma vontade comum, a nós todos. Desta vida dura, a minha mãe fez uma luz, com a sua voz, cantava penas, mas também esperanças. A sua mala de cartão tornou-se mais do que uma canção, tornou-se no símbolo do exílio, da coragem, da promessa de um futuro melhor”. Depois dos discursos, foi descerrada a placa da rotunda que ainda não está terminada e João Lança cantou “não, para me pôr em evidência”, mas para também ele prestar homenagem à voz “excecional” da mãe. . Sobrinha diz que Linda de Suza estaria orgulhosa Entre os muitos presentes estavam, discretamente, as sobrinhas de Linda de Suza, Ana e Virginie, que fundaram a Associação Clube de Fãs Oficial de Linda de Suza. “Francamente, eu acho que ela estaria muito orgulhosa com esta homenagem” disse ao LusoJornal. “O Maire de Champigny esteve presente no funeral e tinha prometido. Cumpriu com a palavra e é magnífico”. Segundo a sobrinha, numa reunião recente, que teve lugar na Mairie de Champigny, o Maire teria prometido fazer também uma estátua com a famosa mala de cartão. “Isto não é para amanhã. Necessita de tempo para que se faça. Uma estátua não se faz do dia para a noite”.