LusoJornal | Carlos Pereira

Delegação portuguesa veio inspirar-se em Paris para Norma sobre remoção de amianto em Portugal

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Uma delegação portuguesa deslocou-se a Paris para visitar a 7ª edição do Salon des Professionnels de l’Amiante, mas também para se encontrar com várias empresas deste ramo e visitar obras de remoção. A delegação portuguesa foi acolhida pelo empresário lusodescendente Sylvain Gonçalves, dono da empresa “Remove”, com sede em Croissy-Beaubourg (77), especializada na remoção de amianto.

“A França é um país de referência nesta matéria” explicou ao LusoJornal Manuela Neves da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). “O objetivo é conhecer novas tecnologias, novos materiais, novos equipamentos aplicáveis à remoção de amianto e à proteção dos trabalhadores, porque é essa a minha preocupação enquanto trabalhadora da ACT”.

Para além da ACT, integraram também a comitiva elementos do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC), da Direção Geral do Tesouro e Finanças do Ministério das Finanças, da associação ambientalista Quercus e da SOS Amianto.

Portugal tem um Decreto-Lei em matéria de remoção de amianto e todos os participantes na comitiva disseram ao LusoJornal que “está longe” da legislação existente em França. Todos integram um grupo de trabalho que está a preparar uma nova Norma “para nos aproximarmos um pouco mais da legislação francesa, adaptando à realidade portuguesa” explicou Alexandra Caridade da SOS Amianto.

Já Sylvain Gonçalves tinha dito ao LusoJornal que “se o diagnóstico não for bem feito, o amianto não é removido” e todos concordam que em Portugal não se faz um bom diagnóstico nesta matéria. “Eu tenho a noção que o diagnóstico não é bem feito em Portugal. A França, por exemplo, investe muito no diagnóstico e eu tenho uma grande convicção de que em Portugal não se aposta muito no diagnóstico” diz Manuela Neves da ACT.

“Aquilo que nós sentimos é que o amianto é usado por questões de propaganda política, principalmente ao nível de ganhar votos junto da população, muitas vezes passando uma mensagem alarmista e que não corresponde à realidade daquilo que é o amianto e com isso assustam a população. Isso leva a uma intervenção que não é aquela que na prática deveria ser feita” acrescenta ao LusoJornal Carmen Lima da Quercus.

“Eu acho que entre várias lacunas em Portugal, o diagnóstico é efetivamente o primeiro passo. O diagnóstico é um dos temas em que nós estamos a trabalhar para nos aproximarmos mais à legislação francesa” acrescenta Alexandra Caridade da SOS Amianto. Em Portugal não há números das vítimas do amianto. “Essa é outra das falhas” lamenta Alexandre Caridade.

Para além da visita ao Salon des Professionnels de l’Amiante, organizado pelo magazine Dimag.info e pelas Editions Cédille, a delegação portuguesa visitou também um Centro de formação de trabalhadores e uma obra de remoção de amianto em curso na região de Paris. Visitou também a sede da empresa “Remove” e fez uma reunião de trabalho com Sylvain Gonçalves.

 

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