Homenagem aos soldados portugueses da I Guerra mundial em Beausoleil

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Uma homenagem aos soldados do Corpo Expedicionário Português (CEP) que participou na I Guerra mundial, foi organizada no passado dia 18 de novembro no Cemitério de Beausoleil (06), junto ao Memorial português.

Discursaram o Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, e o Maire de Beausoleil, Gérard Spinelli. O abade da paróquia de Saint Esprit de Beausoleil benzeu o Memorial e seguiram-se os Hinos nacionais de França e de Portugal.

O Memorial foi inaugurado em maio de 2018 e foi uma iniciativa de Joaquim Pires, empresário português instalado em Sainte Maxime e Cônsul Honorário de Portugal em Nice, em colaboração com a Delegação local da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa que, na altura, presidia.

Também estava presente neste evento o Deputado socialista Paulo Pisco, eleito pelo círculo eleitoral da Europa.

“Esta jornada reverte-se de um caráter solene e de uma importância muito particular para a nossa cidade de Beausoleil, já que prestamos homenagem aos combatentes portugueses mortos durante a I Guerra mundial” disse na sua intervenção Gérard Spinelli. Aquando da inauguração do monumento, na altura na presença do Secretário de Estado das Comunidades José Luís Carneiro e do Embaixador Jorge Torres Pereira, “quisemos transmitir a história comum entre Beausoleil e a Comunidade portuguesa. É nosso dever de o fazer e estou feliz por vos ver aqui hoje” referiu o Maire da cidade.

A ouvi-lo estava – para além das personalidades portuguesas e de elementos da Comunidade portuguesa local – André Campana, Maire-Adjoint do Mónaco, em representação do Maire Georges Marsan, André de Montigny, Cônsul honorário do Brasil no Mónaco, a Deputada dos Alpes Marítimos Alexandra Valetta Ardisson, Gabriel Sinapi, Maire-Adjoint de Beausoleil com o pelouro das associações patrióticas e comemorativas, assim como o Comandante da Segurança Pública de Menton, o Diretor da Polícia Municipal de Beausoleil, o Presidente dos medalhados militares do Mónaco-Beausoleil,…

“Não se fala o suficiente da participação portuguesa na I Guerra mundial, mas a juventude portuguesa conheceu o horror das trincheiras, lutou durante vários meses para não recuar, fez um enorme esforço e pagou um caro tributo para se bater ao lado da França e dos Aliados. Só na Batalha de La Lys, que muitos comparam à Batalha de Verdun para os Franceses, houve cerca de 7.000 baixas portuguesas, entre soldados mortos, feridos ou prisioneiros” disse o Maire da cidade.

“Beausoleil não seria igual sem a presença da Comunidade portuguesa. Alguns milhares de Portugueses contribuem cada dia para o desenvolvimento da nossa cidade, graças à sua energia e ao seu trabalho. E nós conseguimos desenvolver esta amizade profunda entre os nossos dois países, entre Portugal e a França”. Por isso, agradeceu e disse que “não esqueceremos, nunca, o sacrifício de todos estes jovens que, em detrimento da sua própria vida, se bateram pela liberdade, pela nossa liberdade e pela liberdade dos nossos filhos”.

Beausoleil é uma cidade fronteiriça com o Mónaco e onde moram milhares de Portugueses, muitos deles vivem em Beausoleil, mas trabalham no Mónaco. “Enquanto cidadão do mundo, como eu costumo descrever-me, tenho a honra de ser o Maire desta cidade que se distingue pelo seu multiculturalismo. Orgulho-me de ser o Maire de Beausoleil e de partilhar a nossa história com tantas Comunidades” disse Gérard Spinelli no seu discurso. “Hoje, mais do que uma homenagem aos combatentes portugueses mortos durante a I Guerra mundial, considero que esta cerimónia é um forte símbolo de amizade, de fraternidade e da solidariedade europeia”.

Mais tarde, durante um almoço de honra, o Embaixador português deixou uma palavra de apreço ao Cônsul honorário por ter tido a iniciativa de construir o Memorial português no Cemitério de Beausoleil. “No norte da França, os Franceses sabem relativamente bem que houve um Corpo Expedicionário Português, mas devo dizer que aqui, no sul, não se conhecia nada desta participação e a ideia de fazer um Monumento aqui no Cemitério de Beausoleil representou verdadeiramente esta tomada de consciência aqui no sul da França, onde há muitos Portugueses e descendentes de Portugueses”.

Jorge Torres Pereira lembrou também os muitos Portugueses que também participaram na Resistência francesa durante a II Guerra mundial e lembrou que esteve recentemente no Camp de Gurs, perto de Oloron-Sainte-Marie. E também evocou a chegada massiva de Portugueses durante os “30 Anos Gloriosos”, “e este é também um outro momento importante de encontro entre os Portugueses, a França e os Franceses”.

“Antes da Covid, havia 620 voos por semana entre Portugal e a França. Ninguém tinha esta ideia da importância da interconexão entre a França e Portugal” referiu Jorge Torres Pereira. “Ora, lembrar esta relação também faz parte do meu trabalho, da minha missão”.

 

José Paiva com Carlos Pereira

 

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LusoJornal