LusoJornal / Jorge Campos Home Comunidade Inquérito da TPS aos eleitores no estrangeiro mostra que 44 % dos inquiridos não conseguiu votarLusojornal·9 Fevereiro, 2022Comunidade [pro_ad_display_adzone id=”37510″] No dia em que termina a contagem dos votos dos dois círculos eleitorais da emigração para as eleições legislativas, a TSP – Também somos portugueses – agora constituída em associação cívica internacional, divulgou um inquérito junto dos Portugueses no estrangeiro que mostra que 44% dos inquiridos declarou não ter conseguido votar. “O inquérito foi lançado pela TSP em todo o mundo, tendo sido amplamente divulgado nas redes sociais e nos órgãos de comunicação em Portugal e na Diáspora. As respostas chegaram de 56 países, da África do Sul até ao Vietname” diz uma nota enviada às redações. Segundo a TSP, 90% dos inquiridos que conseguiram votar fê-lo sem quaisquer problemas, ou pelo correio ou nos Consulados, mas 3% tiveram de procurar o boletim de voto no sistema de acompanhamento das cartas, “uma das inovações positivas destas eleições”, e 2% foram forçados pelos correios locais a comprar um selo, apesar do porte ser pago. A TSP divulga alguns comentários dos Portugueses que votaram: “Simples”, “Perfeito”, “Funcionou super bem, melhor do que da última vez”. Mas também divulgou outro tipo de comentários: “No envelope dizia que não era preciso selo, mas no Post Office foram explícitos e disseram que a Inglaterra já não estava na EU, portanto tinha que pagar!”. “Votei na Embaixada, mas só tive conhecimento que teria de declarar a preferência por votar presencialmente através de um amigo que me alertou. Não recebi qualquer informação acerca do mesmo” ou então “Não faço ideia se o boletim com o voto chegou a Portugal”. Dos eleitores que não votaram, 69% não receberam o boletim de voto (12% por estarem recenseados em Portugal e 8% por não estarem na sua morada habitual). Os restantes 31% ou não quiseram votar ou deram outras razões nos comentários: “Estou recenseada em Portugal porque é muito difícil mudar de morada, e aqui vivo em casas alugadas e mudo frequentemente de morada”. “Motivo de não votar: O meu boletim de voto postal foi enviado para a minha antiga morada e fui informada que a porteira não aceitou esta carta”. “Eu e o meu marido renovamos o Cartão de Cidadão em Portugal em outubro e sem sabermos, na altura fomos marcados como não querendo votar. No dia 30 de dezembro, recebemos uma carta da SGMAI a informar que tal como solicitado tínhamos sido retirados do registo eleitoral. O problema é que nós não solicitamos nada disso”. A TSP divulgou ainda outras respostas: “Não recebi carta e tentei votar na Embaixada e não me foi autorizado” ou “Estou em Portugal nesta altura e não consegui que me autorizassem a votar”. Quanto ao método de voto preferido, segundo o mesmo inquérito, 80% defendem o voto digital, 40% o voto presencial nos Consulados e 40% o voto postal – a escolha não era exclusiva. Por outro lado, 66% dos inquiridos quer o aumento do número de Deputados eleitos pela emigração. “A TSP lamenta que tantos cidadãos portugueses tenham sido privados do direito ao voto. Os comentários mostram a frustração e indignação de quem tentou exercer o seu direito de cidadão, mas não conseguiu votar. A dificuldade em atualizar a morada parece ser o principal problema, mas não o único” diz o comunicado da associação. A TSP promete enviar uma “versão completa deste inquérito” à Comissão Nacional de Eleições, à Administração Eleitoral, ao Presidente da República, e aos futuros Governo e Parlamento. A TSP – Também somos portugueses é uma associação cívica internacional que defende os direitos dos milhões de Portugueses no estrangeiro. Já está implantada em Portugal, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Reino Unido, Alemanha, Brasil e Estados Unidos. [pro_ad_display_adzone id=”46664″]