Home Cultura Lisboa no centro de romance finalista do Prix Écrire la VilleNuno Gomes Garcia·30 Junho, 2022Cultura [pro_ad_display_adzone id=”37509″] O romance “Passé Outre”, da autoria de Sébastien Rozeaux, é um dos finalistas do Prix Écrire la Ville 2022. Publicado pela Éditions Le Poisson Volant em 2020, “Passé Outre” é uma enorme deambulação por Lisboa e pela história do último quartel do século XX português. Um jovem francês está calmamente a ver um filme suíço de 1982 quando, numa cena, vê a imagem do seu pai português. É este o mote para que o protagonista parta para a capital portuguesa em busca de uma identidade perdida. O Prix Écrire la Ville, criado em 2016, premeia obras contemporâneas que se distinguem, não só pela sua qualidade literária mas essencialmente pela sua visão original do meio urbano. O Prix Écrire la Ville é organizado pela Universidade de Toulouse – Jean Jaurès, a École nationale supérieure d’architecture de Toulouse e a livraria Études Mirail. Depois de “Préhistoire de la Lusophonie”, um livro académico que nos conduz à origem da “identidade luso-brasileira”, Sébastien Rozeaux escreveu este “Passé Outre”, o seu terceiro romance, depois de ter publicado “La garde républicaine (2017) e “Le barbu céleste” (2014), que trata o “milagre brasileiro” dos anos da presidência Lula, cujos planos de índole social e progressista arrancaram milhões de brasileiros à pobreza. Sébastien Rozeaux viveu e trabalhou no Rio de Janeiro e em Porto Alegre enquanto professor da Alliance Française. Em “Passé Outre” nota-se a paixão do autor pelo mundo lusófono e por Lisboa, a segunda capital mais antiga da Europa, fundada quinhentos anos antes de Roma e apenas ultrapassada por Atenas nesse campeonato da antiguidade. Rozeaux conhece bem Lisboa – esse histórico caldeirão de povos e culturas, porto de entrada e de saída, nomeadamente para o Brasil, país tão querido ao escritor -, as vielas da Madragoa, as ruelas de Alfama, os seus poetas e fadistas. Neste livro, o protagonista deambula pelo espaço olisiponense, a sua arquitetura, mergulhando nas suas glórias e nos seus desastres e, por força da própria intriga, compara o passado pós-revolucionário dos anos 1970 e 1980 da cidade com a Meca turística dos nossos dias, fervilhando de gentes e idiomas. O novo laureado com o Prix Écrire la Ville será anunciado a 26 de novembro. [pro_ad_display_adzone id=”46664″]