LusoJornal | Sylvie das Dores

Maria Helena Vieira da Silva no Museu das Belas Artes de Dijon

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No âmbito da Temporada Cruzada França Portugal, o Museu das Belas Artes de Dijon e o Museu Cantini, o Museu de Arte Moderna da cidade de Marseille, em parceria com a Galeria Jeanne Bucher de Paris, organizam uma retrospetiva da obra da prestigiada artista franco-portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1922).

A nível internacional, Vieira da Silva obteve grande reconhecimento. É exemplo disso, o Prémio Internacional Guggenheim, a obra para a igreja de São Jacques em Reims, em 1963, onde desenvolveu uma magnífica janela de vitrais com uma disposição fiel do seu cromatismo ocre, o Grande Prémio Nacional das Artes de Paris ou a sua nomeação como membro da Academia Nacional de Belas Artes de Portugal entre outros.

Para os trinta anos do seu desaparecimento, esta retrospetiva reúne oitenta obras da artista e reconstitui os passos importantes da sua carreira marcada pelo incansável questionamento sobre a perspetiva, as transformações urbanas, a dinâmica arquitetural ou ainda a musicalidade do toque pictórico.

Em Dijon, cidade da Arte e História desde 2008, é apresentada a exposição em duas partes. Uma é consagrada ao percurso retrospetivo e cronológico da rica e múltipla obra de Vieira da Silva e a outra põe em relevo a relação privilegiada entre a artista e os seus amigos e mecenas, o casal Kathleen e Pierre Granville. Doadores do Museu, é graças ao casal que o Museu das Belas Artes de Dijon conserva atualmente quarenta obras, fazendo dessa coleção uma das mais completas dedicadas à artista após a do Museu Nacional de Arte Moderna em França.

É de sublinhar que o formato maior pintado pela artista (300 × 401 cm) foi doada pela própria ao Museu de Dijon em 1972 para completar a doação Granville. Esse quadro, um dos emblemas da coleção moderna do museu recebeu o seu título do próprio Pierre Granville “Urbi et Orbi”.

Independentes, essas duas leituras da obra de Vieira da Silva permitem traçar a carreira da artista, desde a sua experimentação do método abstrato e figurativo em Lisboa nos anos 20 às pinturas evanescentes nos anos 1980. Apesar da clareza das influências artísticas que Vieira da Silva recebeu, como o cubismo, a abstração, o tachismo ou o surrealismo, a sua obra continua a ser um conjunto estilístico inclassificável. Apesar disso, podemos dizer que a artista é, acima de tudo, uma grande abstracionista.

A primeira etapa da exposição terá lugar no Museu Cantini, em Marseille, até dia 6 de novembro e a seguir, estará exposta no Museu das Belas Artes de Dijon, de 16 de dezembro até 3 de abril de 2023.

 

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