Mercado francês, maior importador de vinho português

Portugal quer atingir, em 2022, os mil milhões de euros em exportação de vinhos, divulgou a ViniPortugal nas Caldas da Rainha onde foram apresentados os dados do setor que cresceu no último ano em volume e valor de vendas. O principal mercado de exportação do vinho português tem sido o mercado francês.

O objetivo da ViniPortugal tem por base os valores das exportações portuguesas que no último ano atingiram os “803 milhões de euros”, evidenciando um aumento de “3% face a 2017”, divulgou Maria João Dias, do Instituto da Vinha e da Vinho (IVV).

No Fórum Anual Vinhos de Portugal, que decorre no Centro Cultural e de Congressos das Calda da Rainha, Maria João Dias apresentou os dados relativos a 2018 e que colocam Portugal no 9.º lugar da lista dos maiores exportadores de vinho em todo o mundo e que estima atingir, em 2022, os “mil milhões de euros em valor exportado”.

Para essa classificação concorreram a venda de 295 milhões de litros de vinho, com o valor total de 803 milhões de euros.

O vinho representa 45,2% do volume total das exportações nacionais e tem como principais mercados de destino a França (42,6 milhões de litros), a Alemanha (25,7 milhões de litros), Angola (22,8 milhões de litros), Reino Unido (21,7 milhões de litros) e Estados Unidos da América (20,8 milhões de litros).

Já no que respeita ao valor, a França lidera os mercados de destino, com 114,5 milhões de euros, seguida dos Estados Unidos (80,8 milhões de euros), Reino Unido (75,5 milhões de euros), Brasil (51,5 milhões de euros) e Bélgica (49,7 milhões de euros).

Na análise dos dados, Maria João Dias sublinhou o facto de “o melhor preço médio” do vinho português se registar “nos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil”, países para onde o setor “deve olhar com muita atenção”.

No que respeita ao mercado nacional, o setor do vinho está “a crescer em toda a linha”, ou seja, “7% em volume, 10% em valor e 2,6% em preço médio”, afirmou a mesma responsável.

Os dados do mercado nacional revelados incluem já os meses de janeiro a setembro deste ano, nos quais se destaca um aumento de 11,7% das vendas de vinho na restauração, cujo valor subiu de 400 milhões de euros em 2018 para 447 milhões de euros em 2019.

O vinho tinto continua a ser o preferido dos portugueses, tendo subido este ano 8% em volume de vendas (aumentando de 106 milhões de litros em 2018 para 114 milhões de litros em 2019) e 10% em valor, subindo de 389 milhões de euros em 2018 para 428 milhões de euros em 2019.

O vinho branco ocupa o segundo lugar, com 76 milhões de litros vendidos este ano e um valor gerado de 306 milhões de euros. Finalmente, em 2019 foram vendidos seis milhões de litros de rosé, no valor de 27 milhões de euros.

A preferência na compra do vinho é ainda “em garrafa”, que registou um aumento de vendas “em volume e em valor”, revelou Maria João Dias, acrescentando que “as vendas em ‘bag in box’ cresceram em valor “cerca de 11%”.

No que se refere ao preço médio do vinho, o mais alto é registado na venda em garrafa, com uma subida de 4,7% em relação ao ano passado.

Em termos de regiões, o Alentejo liderou em 2018 a quota de mercado em volume, com 35,7%, evidenciando um ligeiro decréscimo em relação a 2017 (39,9%).

Segue-se a região do Minho (que manteve uma quota de cerca de 18%), a Península de Setúbal (com um crescimento de 14,9% para 16,5%) e o Douro (que também desceu de 12,2% em 2017 para 11,4% em 2018).

Já em termos de valor, a região do Douro regista um aumento e as regiões de Alentejo e Lisboa um “ligeiro decréscimo”, concluiu Maria João Dias.

O Fórum Vinhos de Portugal, promovido anualmente pela ViniPortugal, reúne hoje nas Caldas da Rainha 400 participantes numa sessão de análise e de debate sobre a realidade do setor vitivinícola nacional e as estratégias de promoção para 2020.

A ViniPortugal é a organização interprofissional do Vinho em Portugal e a entidade gestora da marca “Wines of Portugal” (Vinhos de Portugal).

Agrupa estruturas associativas e organizações de profissionais ligadas ao comércio (ACIBEV e ANCEVE), à produção (FENAVI e FEVIPOR), às cooperativas (FENADEGAS), aos destiladores (AND), aos agricultores (CAP) e às Denominações de Origem (ANDOVI).

LusoJornal