LusoJornal / Mário Cantarinha Home Cultura Momento de poesia com Carlos Manuel CandeiasCarlos Manuel Candeias·9 Abril, 2019Cultura Em 1916, Portugal entra na Primeira Guerra Mundial. É formado o Corpo Expedicionário Português, chegando a França a 2 de fevereiro de 1917. No Cemitério militar português de Richebourg, localizado no departamento francês de Pas-de-Calais, estão enterrados 1.831 soldados portugueses da Grande Guerra de 1914-1918. Na Batalha de La Lys, em 9 de abril de 1918, morreram mais de 1.300 Portugueses, outros 4.600 ficaram feridos, 1.900 foram dados como desaparecidos e mais de 7.000 foram feitos prisioneiros. Chão Sagrado Aqui neste Chão Sagrado Dormem eternamente, lado a lado Os oficiais, os sargentos e os soldados Como na parada, dignamente alinhados . Respeitai este Chão Sagrado Português pelo sangue derramado Respeitai os nomes nas pedras gravados Honrai os Heróis aqui sepultados Jazem sem o desfile da Vitória Apenas cobertos pelo Chão da Glória . Nos seus peitos ainda a ferida ensanguentada O ressoar do último gemido e a dor sufocada As marcas da morte violenta, sem indignação Dádiva suprema da vida pela Nação . Nas trincheiras noite e dia Um fadário de triste sorte Respiraram o odor da morte Sofreram o frio, a fome e a lama Foi o seu leito e a sua cama Ouviram os horríveis gemidos Dos camaradas fatalmente feridos Viveram a sua longa agonia Num mundo em total desarmonia . Não escolheram assim morrer Sacrificados fizeram o seu dever Defenderam Portugal e a França Com coragem e perseverança São dignos dos nossos antepassados Filhos do povo, morreram como soldados . Eles são a memória viva De um passado sempre presente Representam a nossa Pátria querida Merecem Honras de toda a gente Carlos Manuel Candeias Paris 04 de abril de 2019