O estado da humanidade no centro da cerimónia de Todos os Santos na igreja de Saint Pierre em Croix

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Como é seu hábito, a Comunidade católica portuguesa da região de Lille reuniu-se às 10h00 na igreja de Saint Pierre de Croix para celebrar o Dia de Todos os Santos.

No início da missa foram mencionados os nomes dos que partiram antes de nós e cujos nomes os presentes escreveram numa lista colocada à entrada da igreja.

Presidiu à cerimónia, o ainda jovem de 93 anos, padre Bernard Willem. Animaram a missa a Coral Portuguesa Paz no Mundo e João Pereira da Associação dos Amigos de Notre Dame de Fátima de Lorgies.

De notar que Bernard Willem foi ordenado sacerdote em 22 de dezembro de 1956. De 1957 a 1962 foi Vigário da Paróquia da Sagrada Família em Roubaix, trabalhou intensamente com os jovens, especialmente os da JOC (Jeunesse Ouvrière Chrétienne). Entre 1991 e 1994 pregou e acompanhou no Brasil.

Na passagem por este país lusófono, Bernard Willem aprendeu o português que continua a praticar nas missas para a Comunidade: no Natal, Páscoa e no Dia de Todos os Santos.

O momento que o mundo e a humanidade atravessam, terá sido motivo de preocupação principal em muitas das igrejas por este mundo fora.

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Corroborando neste sentido, transcrevemos a mensagem que o padre Bernard Willem transmitiu este dia 1 de novembro na Igreja de Saint Pierre de Croix, escrita na língua de Camões:

«Há algumas semanas fomos como que atingidos, em nossas casas, por ondas, um tsunami de imagens assustadoras: um massacre em Israel por parte do Hamas, bombardeamentos permanentes em Gaza por parte de Israel, com atrocidades difíceis de apresentar, de serem vistas. Estão já passados quase dois anos desde que a Rússia atacou a Ucrânia, provocando morte e atrocidade.

Um jornal dizia: ‘Nous sommes convoqués, non pas au champ d’honneur mais au champ d’horreur’ com a morte sempre presente.

Recentemente foi assassinado o professor Dominique Bernard em Arras. Uma forma de atingir a família, a escola, colegas, alunos, pais e todos nós. Na altura, disse o bispo de Arras: ‘Nous sommes impuissants face à la haine et à l’inacceptable’.

Quando vai cessar a violência e a loucura deste mundo?

O ódio responde ao ódio, a violência responde à violência. Tudo isto conduz a mais ódio e mais violência.

São Paulo dizia: ‘Se falta o amor, nada sou!’

Todos nós conhecemos a dor da separação quando se trata da morte de alguém da nossa família, da morte de um amigo ou da morte de alguém que todos conhecemos.

Hoje as pessoas organizam-se para marchar, reagindo contra a violência e para mostrar uma certa solidariedade, para acompanharem a família nas casas funerárias quando não há cerimónias religiosas, rezam juntos quando participam num funeral que vai à igreja, evocam a vida da pessoa que se enterra destacando o que houve de bom na sua vida. Aos Chefes de Estado, a responsabilidade, perante tanta violência, de procurarem a paz.

Do nosso lado podemos e devemos rezar pela paz, mas também devemos saber como praticar o ‘viver juntos’ em família, na nossa vida social, na nossa vida de crentes, aplicando o que dizia São Paulo: ‘se me falta o amor, nada sou’!».

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No fim da missa, João Ferreira anunciou a próxima cerimónia em português na igreja de Saint Pierre de Croix, marcada para o dia de Natal às 10h00. João Ferreira convidou a que se trouxesse, nessa altura, bens a transmitir à associação Saint Vincent de Paul em prol dos mais pobres. Por último, foi também anunciada a data da próxima peregrinação a Lourdes, organizada pela Associação dos Amigos de Notre Dame de Fátima de Lorgies: do dia 17 ao 20 de maio próximos.

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LusoJornal