Parlamento português aprovou ontem voto de pesar pela morte de Lino Sousa Loureiro em ataque em França


O parlamento Português aprovou ontem, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do cidadão português Lino Sousa Loureiro, ao intervir num ataque terrorista em França, em fevereiro.

O voto de pesar foi aprovado por unanimidade na Comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e resultou de uma redação conjunta, após PSD, PS, Chega e CDS-PP terem apresentado iniciativas separadas.

“A Assembleia da República expressa o seu mais profundo pesar pela morte de Lino Sousa Loureiro, que heroicamente perdeu a vida a tentar desarmar um terrorista islâmico durante um ataque em Mulhouse, em 22 de fevereiro”, lê-se na iniciativa.

O Parlamento, diz ainda o voto de pesar, “manifesta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos, estendendo também os seus cumprimentos ao povo francês, à Comunidade portuguesa residente em França” e “unindo-se ao luto por esta trágica e bárbara perda”.

Pelo PSD, o Deputado Paulo Neves destacou a “coragem extraordinária” da vítima deste ataque “profundamente lamentável e condenável”, que, disse, “honra todo o país e os portugueses”.

O Deputado Ricardo Dias Pinto, do Chega, afirmou que o emigrante foi “um herói” e que a sua atitude “é de louvar”.

O socialista Paulo Pisco enalteceu o papel dos Portugueses em França, nomeadamente nos trabalhos de reconstrução da catedral Notre Dame, e lamentou que “quando há alguma tragédia, como atentados de natureza terrorista, é frequente haver Portugueses vítimas dessas circunstâncias”, propondo um voto único da Comissão parlamentar.

O cidadão português, de 69 anos, morreu em 22 de fevereiro num ataque na cidade francesa de Mulhouse, perto da fronteira com a Alemanha, perpetrado por um argelino que era acusado de terrorismo e tinha sido expulso várias vezes do país, com a Argélia a recusar os pedidos para o receber.

Cinco polícias também ficaram feridos no ataque, com uma faca.

Na ocasião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou a morte do emigrante português, que se terá “interposto entre os polícias e o atacante, tendo sido esfaqueado e morto”.

O homem era natural de Ermesinde, casado e com um filho, acrescentou o MNE, apontando que estava emigrado em França desde 1992.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou não haver dúvida de que se tratou de um “ato de terrorismo” e “islâmico”. A Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) indicou que, durante a investida, o suspeito gritou “Allah Akbar”.