Presidenciais’21: Primeiro candidato no Boletim de voto… afinal não é candidato

Quando, no dia 24 de janeiro, os Portugueses forem votar para eleger o Presidente da República, o Boletim de voto tem 8 candidatos, mas apenas 7 são efetivamente candidatos à eleição.

O primeiro candidato é Eduardo Nelson da Costa Baptista que formalizou a candidatura nos prazos legais e por isso consta do Boletim de voto. Mas o Tribunal constitucional recusou a sua candidatura por estar incompleta… só que os Boletins de voto já tinham seguido para impressão!

Eduardo Baptista é natural da Vila da Lixa (Porto), tem 48 anos, é militar e há mais de três anos que está colocado num quartel da Nato, na Holanda. Segundo o Tribunal constitucional, “do processo não consta: o número completo do documento de identificação; a certidão negativa do registo de tutela ou outra prova bastante de que está no gozo de todos os direitos civis e políticos; o certificado do registo criminal; o número completo do documento de identificação do mandatário, bem como domicílio em Lisboa para efeitos de notificação do mesmo; o número de declarações de propositura legalmente exigidos, uma vez que apenas se encontram regularmente instruídas as declarações de propositura de 6 cidadãos eleitores”.

Na prática, o processo de candidatura estava praticamente vazio. E apenas tinha 6 assinaturas válidas, quando lhe eram solicitadas, como a todos os candidatos, 7.500 assinaturas.

O próprio candidato disse à comunicação social que as 6 assinaturas entregues eram de um colega militar, de um amigo e dos membros da família.

 

Eduardo Baptista

No site oficial da campanha, Eduardo Baptista apresenta-se na primeira pessoa. Diz que desde a adolescência decidiu seguir a carreira militar do pai, mas estudou também Belas Artes que “era inconciliável com uma profissão durante o dia”, frequentou o primeiro ano de psicologia, mas “acabei por ter de abandonar o curso. Vida de militar não é fácil”. “Tive ainda o privilégio de fazer uma missão em Timor Leste, pelas Nações Unidas, dando-me a conhecer outras culturas e povos. Depois veio o interesse pelo direito, mesmo a calhar com uma colocação nos Recursos Humanos de um Estado-maior. E como tudo está interligado, haja vontade de ligar as pontas, pude juntar direito com psicologia e abraçar o desafio de criar uma Rede sobre o Género, desenvolvendo processos, ações de formação e implementando planos de ação”.

Largou depois a carreira militar para trabalhar numa associação de moradores. “Com a chegada da austeridade e os problemas decorrentes desta, como ter ficado sem 1/3 do ordenado, surge uma oportunidade na esfera da iniciativa privada – produzir e vender cogumelos. Depois de inventar um processo de produção que reduzia quase a zero a energia consumida no processo, pude tentar uma pequena experiência de empreendedorismo. Uma experiência enriquecedora pelo contacto com formadores, empresários e vendedores. Não é fácil ser-se empresário, concluiu-se”.

Também escreveu um livro – “Morte aos Romanos” – um romance de ficção que junta aventura com engenharia social. Mas acabou por integrar, há três anos e meio, um cargo internacional, num Quartel-General da Nato, na Holanda.

 

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