Greve na Sucursal da CGD em França continua e já vai para um mês

Os Sindicatos maioritários da Sucursal de França da Caixa Geral de Depósitos – FO e CFTC – reunidos em Intersindical, reconduziram a greve que teve início há exatamente um mês, em 17 de abril. «Não obstante a duração inédita deste movimento social, e a sua amplidão, pois que abrange mais de 60% do efetivo com contrato sem termo, presente na Sucursal, apenas se registaram avanços mínimos nas negociações que se iniciaram já o movimento ía numa fase muito avançada» diz um comunicado enviado ontem à noite às redações.

Para os sindicalistas «a Administração da Caixa Geral de Depósitos continua a infringir alegremente a lei ao não facultar às instituições representativas dos trabalhadores o Plano de Reestruturação acordado entre o Governo português e Bruxelas em contrapartida da recapitalização da banca pública».

«Por seu turno, a Direção Geral da Sucursal continua a manifestar a sua má-fé habitual recusando considerar a Comissão de negociação eleita em 17 de abril pela Assembleia Geral de Trabalhadores em greve, como a sua única e legítima interlocutora, ao convidar ostensivamente a sentar-se à mesa das negociações, representantes de Sindicatos minoritários que lhe são favoráveis e entravam as negociações» diz o comunicado de imprensa.

A nota da Intersindical diz ainda que «a Assembleia Geral de Trabalhadores aprovou ontem, em Plenário, uma moção desautorizando a Comissão de negociações que ela elegeu, a sentar-se à mesa com elementos estranhos aos representantes dos trabalhadores em greve».

Numa reunião que teve lugar ontem à tarde, a Comissão de trabalhadores da Intersindical leu «em presença dos representantes da Administração de Lisboa através de visio-conferência» a referida moção que implicava o prosseguimento da reunião com os interlocutores legítimos, ou a recusa destes em participar numa reunião com elementos estranhos ao conflito em curso, não legítimos, porquanto não legitimados pelos trabalhadores».

A Direcção Geral da Sucursal manteve a reunião com os quatro Sindicatos representados na Caixa em França. «A Intersindical FO-CFTC representativa dos trabalhadores em greve desta Sucursal, denuncia esta atitude da Direção Geral da Sucursal de querer negociar um acordo de fim de greve, com elementos estranhos ao movimento de greve, contribuindo desta forma, deliberadamente, para perenizar o conflito». Considera ainda que a forma como a Direção Geral da Sucursal e a Administração têm lidado com este grave conflito social, «é de uma leviandade que ultrapassa o entendimento humano e isto tanto mais quanto aquela atitude é lesiva do interesse público, afetando para além da Sucursal, o Grupo e o país».

Para acabar o comunicado, e «em nome do acautelamento do interesse público», a Intersindical FO-CFTC «exorta a Comissão executiva e o Conselho de administração da CGD no sentido de abrir reais negociações com a instância legítima dos trabalhadores em greve e no respeito da lei dos dois países, a começar pela entrega do Plano de Reestruturação acordado pelo Governo português com Bruxelas, onde é prevista a alienação da Sucursal francesa do grupo público».

 

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