Home Ensino Celeste Neves de Almeida premiada no “Concours Général des Lycées et des Métiers”Luísa Semedo·17 Julho, 2018Ensino A Secção Internacional de Português (SIP) do Liceu Alexandre Dumas de Saint Cloud apresentou este ano, pela primeira vez, uma aluna ao prestigioso “Concours Général des Lycées et des Métiers”. A aluna Celeste Neves de Almeida foi contemplada com o segundo prémio, tendo sido o primeiro prémio atribuído a Miguel Simões Correia, aluno do Lycée Charles Lepierre de Lisboa, e o 1° Accessit à aluna Valentina Reis Pereira, da SIP de Saint Germain-en-Laye. As duas alunas a estudar na região parisiense concluíram também, recentemente, o OIB com a menção “Très Bien”. Reservada aos alunos das Secções internacionais, a OIB é a opção internacional do “Baccalauréat”, a qualificação académica que em França valida o fim dos estudos no ensino secundário e permite ingressar no ensino superior. O “Concours Général des Lycées et des Métiers” foi instaurado em 1744 pela Universidade de Paris para distinguir os melhores alunos. Durante quase dois séculos, destinava-se apenas aos alunos de liceus parisienses que se distinguiam nas disciplinas de Latim, Grego, História, Matemática e Física. A partir de 1924, começou também a ser atribuído aos alunos da província e às raparigas. Em 1981, alargou-se às matérias tecnológicas e, em 1995, às especialidades profissionais. “Atualmente, distingue os melhores alunos ou aprendizes de ‘Première’ ou ‘Terminale’, tendo como objetivo valorizar os seus trabalhos e avalia os candidatos em provas que estão de acordo com os programas oficiais de cada uma das disciplinas, mas que são mais exigentes e mais longas do que as do Bac”, explica a professora de português da SIP de Saint Cloud Carla Lourenço. Várias personalidades fazem parte da lista dos laureados, como os escritores Charles Baudelaire e Victor Hugo, cientistas como Louis Pasteur ou políticos de vulto como Jean Jaurès ou Georges Pompidou. Tradicionalmente, a cerimónia de entrega dos prémios decorre no grande anfiteatro da Sorbonne, contando com a presença de diversas personalidades e com a presidência do Ministro da Educação Nacional. Este ano, na 271ª edição, o Ministro Jean-Michel Blanquer, distinguiu com 136 prémios os 129 laureados (4 alunos receberam dois prémios e um recebeu quatro) dos 17.678 candidatos que concorreram em 49 disciplinas. O mais novo premiado tinha 15 anos e o mais velho 24 anos. Para o Ministro Blanquer “este belo concurso, voltado para o futuro continua a encarnar os valores da República e da sua escola: o empenho, a coragem, o trabalho, o mérito e a excelência”. Carla Lourenço declara que “apesar de ficarmos impressionados com a longa lista de alunos laureados no Concours Général, este concurso é particularmente difícil, pois só podem inscrever-se cerca de 8% dos alunos em cada matéria e apenas 18 candidatos no máximo podem ser recompensados. No entanto, o Concours Général não concede uma vantagem particular ao aluno, apesar de poder enriquecer o seu dossiê escolar para aceder a grandes escolas ou a uma classe preparatória”. No caso da disciplina de Português, esta passou a integrar o Concours Général em 1986. O exame de 5 horas inclui um texto narrativo da literatura contemporânea com 4 perguntas de interpretação, uma tradução de parte desse texto para francês e um ensaio. Todos os anos a Secção Internacional Portuguesa do Lycée International de Saint Germain-en-Laye apresenta os seus candidatos que competem de igual para igual com os alunos das outras Secções internacionais existentes em França, mas também com os alunos dos liceus franceses de Lisboa e Porto. Nos primeiros anos, eram preparados pela Professora Matilde Teixeira e pelo Professor Fernando Amorim e, mais recentemente pelos Professores Carla Lourenço e Nicolau Tabuteau, nos campos da análise literária e da tradução, respetivamente. “As aulas decorrem sempre depois das 17h00 e exigem um trabalho rigoroso e constante dos candidatos voluntários, a quem é exigida muita sensibilidade literária, mas também um excelente nível das línguas portuguesa e francesa”, explica Carla Lourenço.