LusoJornal / Carlos Pereira Home Comunidade Fotógrafo na região de Paris, Mário Cantarinha inaugurou Museu em FolgosinhoCarlos Pereira·18 Agosto, 2018Comunidade Mário Cantarinha, fotógrafo amador, radicado na região de Paris, inaugurou na quinta-feira desta semana, dia 16 de agosto, em Folgosinho, na Serra da Estrela, o Museu Ascenção e Manuel Rosa Tente, em homenagem aos avôs. O Deputado Carlos Gonçalves e o Presidente da Junta de Freguesia de Folgosinho estiveram presentes no ato de inauguração, assim como muitos amigos e familiares de Mário Cantarinha. A cerimónia foi apresentada por Odete Fernandes, animadora de programas na Rádio Alfa, em Paris. “Há cerca de 30 anos, no dia 15 de agosto de 1988, prometi à minha avó que, caso nenhum outro dos filhos a quisesse, recuperaria a casa onde eu próprio nasci, para aqui criar um Museu” explicou Mário Cantarinha visivelmente emocionado. Mário Cantarinha recuperou a pequena casa numa das quintãs de Folgosinho, que estava praticamente em ruínas e deu-lhe nova vida. “Em Folgosinho havia três quintãs como estas” explicou ao LusoJornal Fernando Henriques, Presidente da Junta de Freguesia. “Estas quintãs eram espécies de terreiros, onde as pessoas se juntavam e onde faziam festas”. Carlos Gonçalves referiu o trabalho fotográfico de Mário Cantarinha, essencialmente na região de Paris. “Ele está em todo o lado, vai aos eventos da Comunidade portuguesa, tira fotografias e divulga o trabalho de toda a gente” disse o Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa, elogiando o “serviço público” que Mário Cantarinha presta, nomeadamente ao serviço do LusoJornal. “Mas Mário Cantarinha é mais do que um fotógrafo, é também um Embaixador de Folgosinho. Eu nunca tinha vindo a Folgosinho, mas já ouvi falar tanto de Folgosinho através do Mário Cantarinha, que é como se já cá tivesse vindo. Até já tirei fotografias com a bandeira de Folgosinho” disse o Deputado, aplaudido pelos habitantes daquela aldeia serrana. A convite de Mário Cantarinha foram também feitas intervenções de Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal, Paulo Marques, Presidente da Cívica, a associação dos autarcas de origem portuguesa de França e Christine Alves, Presidente da Rádio Arc en Ciel, em Orléans. Todos enalteceram o trabalho do fotógrafo, a sua humildade e paixão tanto pela sua terra natal, Folgosinho, como pelas atividades da Comunidade portuguesa de França. A casa, agora transformada em museu, vai continuar a honrar a memória dos avôs de Mário Cantarinha, mas também vai servir de espaço museológico e galeria de exposições. “Desde há alguns anos, tenho vindo a recuperar utensílios antigos junto dos habitantes de Folgosinho e da Serra. Exponho-os neste espaço para que os visitantes descubram a forma de viver e de trabalhar os campos nos tempos dos meus avôs”. Também lá tem um espaço recriando a cozinha da avó e um fato do sogro. “Gostava muito do meu sogro, foi graças a ele que casei com a minha mulher” disse emocionado. Na sua intervenção, Fernando Henriques, o Presidente da Junta de Freguesia diz-se disponível para apoiar o Museu “dentro nas nossas possibilidades” e felicitou a ideia de Mário Cantarinha. “A minha paixão pela fotografia foi-me transmitida pela minha avó. Com ela tirei as primeiras fotografias que mandei para os meus pais, emigrados em França” explicou Mário Cantarinha ao LusoJornal. Por isso, este espaço que agora foi inaugurado, acolhe uma parte da coleção pessoal do fotógrafo. “Esta coleção vai permanecer simbolicamente no espaço onde eu próprio nasci”. O Museu Ascenção e Manuel Rosa Tente tem cerca de 40 metros quadrados, e também vai poder acolher exposições de fotografia, pintura e escultura. “Temos vindo a perder muitos habitantes em Folgosinho e temos tido dificuldade em manter a população aqui” disse ao LusoJornal Fernando Henriques, deixando no entanto a esperança que um projeto de investimento que está agora em negociação, possa vir a concretizar-se “para criar postos de trabalho nesta aldeia”. Mário Cantarinha, que partilhou o momento com a mulher, no dia em fazia precisamente 38 anos de casamento, contou também com a presença de grande parte da família. Vai agora regressar a Paris, onde promete continuar a dedicar-se aos eventos da Comunidade portuguesa e a colaborar com o LusoJornal.