Coreógrafa brasileira Lia Rodrigues apresenta a «Fúria» no Cenquatre-Paris

A coreógrafa brasileira Lia Rodrigues vai apresentar no Espace Cenquatre-Paris uma peça intitulada “Fúria”, da quarta-feira, dia 12 de dezembro, ao sábado, dia 15. Inserida no Festival d’Automne à Paris com Chaillot – Théâtre National de la Danse cada representação terá início às 20h30.

Depois das peças mais recentes “Pindorama” em 2013 e “Para que o céu não caia” em 2016, peça de grupo muito física, trabalhada em particular na relação com o Outro, a coreógrafa brasileira continua aqui a aprofundar a questão fundamental da alteridade com a sua nova criação “Fúria”. Os dez dançarinos em palco, segundo a produção, “levam-nos ao coração de um universo de f(r)icção em perpétua mutação, que entra em ressonância profunda com o nosso mundo”.

Nesta peça Lia Rodrigues interroga-se sobre “Como nos tornamos em mundos?”, “Como podemos ser guiados por um radar delicado e, neste lugar específico e singular que é o palco, criar um mundo?” Um mundo espartilhado por “uma multitude de questões sem resposta, atravessados por sombras e imagens fulgurantes, de contrastes e paradoxos. Um mundo de barulho e fúria”.

Descrita pela imprensa como uma coreógrafa que reivindica uma dança militante, que defende o encontro com o Outro e que luta contra a exclusão cultural, Lia Rodrigues nasceu em São Paulo em 1956 e participou no movimento de dança contemporânea dessa cidade nos anos 1970. Após um período formador na Europa durante os anos 1980 na Companhia de Maguy Marin, criou a sua própria companhia em 1990 apelidada de “Lia Rodrigues Companhia de Danças”. Desde 2004 a companhia desenvolve um trabalho na favela da Maré, no Rio de Janeiro.

Lia Rodrigues consagra-se, assim, não somente à criação artística, mas igualmente à ação pedagógica sob forma de ateliers e de seminários. Militante fervorosa e utopista, ela acredita na sinergia entre a arte e a evolução social.

Lia Rodrigues é assistida na criação por Amália Lima, e conta no elenco da peça com os bailarinos Leonardo Nunes, Felipe Vian, Clara Cavalcanti, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva, Karoll Silva, Larissa Lima e Ricardo Xavier com os quais afirma partilhar a criação da peça.

Situado no 19º bairro da capital francesa, o Cenquatre-Paris é um espaço de residências, de produção e de difusão para os públicos e artistas do mundo inteiro. Pensado pelo seu Diretor, de origem portuguesa, José Manuel Gonçalves como uma plataforma artística colaborativa, dá acesso ao conjunto das artes atuais, através de “uma programação decididamente popular, contemporânea e exigente”.

É um atípico lugar de vida, com lojas, com espaços para a prática artística livre e para os mais pequenos e as famílias. As start-ups que integram a sua incubadora constituem um território de experimentação única, no cruzamento entre a arte e a inovação.

 

Le Centquatre-Paris

5 rue Curial

75019 Paris

 

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LusoJornal