Centro Cultural Ibérico de Seclin: “as associações que funcionavam bem antes da pandemia, vão continuar a funcionar bem”

A associação Ibérica, Centro Cultural Ibérico Hauts-de-France, em Seclin (59) é um caso raro em França e talvez único porque promove os valores e a cultura portuguesa e espanhola.

Esta especificidade deve-se essencialmente à personalidade do seu Presidente, David Vasconcelos, nascido em França.

David Vasconcelos explica ao LusoJornal quais os impactos do confinamento para a associação.

 

Qual o impacto do confinamento para a associação Ibérica?

O primeiro impacto foi a anulação dos cursos na sede da nossa associação, Peña Sede Ibérica. Mas não ficámos com os braços cruzados. Para colmatar a dificuldade do momento, tomamos a decisão, conjuntamente com os professores de português e de dança, de propormos aos alunos que os cursos fossem ministrados por telefone, por vídeoconfêrencia ou por mail.

 

Este confinamento trouxe problemas financeiros para a associação?

O objetivo de uma associação não é ganhar dinheiro! O nosso problema principal foi saber como pagar os artistas que tinham de atuar na nossa associação. O regime francês de proteção social oferece às associações a possibilidade de desemprego parcial. A partir do mês de março todos os artistas beneficiaram desde dispositivo.

 

Quando espera que a associação volte às atividades?

Os nossos voluntários já trabalham na programação do próximo ano. A partir de setembro esperamos voltar às atividades normais, com cursos e espetáculos.

 

Acha que o público vai continuar a frequentar as associações e suas festas ou vai deixar de o fazer podendo causar problemas à associação?

As nossas gentes e sócios precisam da cultura, das festas, da música. Todos os dias vemos por internet artistas que atuam para não perder o contacto com o público. Recebemos todos os dias encorajamentos da parte dos nossos sócios. Estamos otimistas com o futuro da nossa associação.

 

As associações que servem refeições vão poder continuar a fazê-lo? É o vosso caso?

Cada espetáculo que organizamos é ao mesmo tempo a ocasião para uma refeição. Faz parte da cultura Ibérica, comer e beber. Vamos ter de seguir as mesmas regras sanitárias dos restaurantes nas nossas futuras organizações.

 

Depois da pandemia, o que pode mudar no movimento associativo português?

O coração de uma associação são os voluntários e os sócios. O movimento associativo é construído na solidariedade entre os povos e no desejo de promover a nossa cultura. As associações que tinham problemas antes da pandemia, vão guardá-los. As estruturas que funcionavam bem, vão ter de fortalecer as ações para continuar a funcionar.

 

[pro_ad_display_adzone id=”41080″]

LusoJornal