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Funeral de Felícia da Assunção Pailleux teve lugar ontem em Burbure

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O funeral de Felícia da Assunção Pailleux, filha do soldado João da Assunção, natural de Ponte da Barca, que participou na I Guerra mundial integrado no Corpo Expedicionário Português (CEP), teve lugar esta segunda-feira, dia 27 de fevereiro, na Igreja Saint Gervais et Protais de Burbure, junto a Lillers, e foi depois sepultada no jazigo da família no cemitério daquela localidade do Pas-de-Calais.

Felícia Pailleux foi a primeira mulher porta-estandarte em França e desde 1975 hasteava orgulhosamente a bandeira do Núcleo de Lillers da Liga dos Combatentes que o pai lhe transmitiu antes de falecer. Por isso, o altar-mor da igreja estava rodeado de dezenas de bandeiras de outras instituições que se juntaram à cerimónia. Uma das bandeiras da Liga dos Combatentes de Lillers estava junto à urna e foi depois orgulhosamente levada pelas duas filhas de Felícia Pailleux, Marie e Cathy. A outra bandeira da mesma instituição foi simbolicamente levada pelo bisneto da defunta, Horace, mostrando que a transmissão da memória está assegurada.

As centenas de pessoas que participaram na igreja, foram acolhidas por música portuguesa pela voz de Linda de Suza e a urna estava coberta com a bandeira portuguesa. Colocadas numa almofada em cima da urna estavam as condecorações de Felícia da Assunção Pailleux, nomeadamente a Medalha da Defesa de Portugal que lhe foi entregue pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e a Medalha da Liga dos Combatentes de que tanto se orgulhava. Na cerimónia estava também a bandeira da Liga dos Combatentes de Roubaix e, embora sem bandeira, estava representada a Liga dos Combatentes de Paris, na pessoa do seu Presidente Georges Viaud e do historiador Manuel do Nascimento.

O Cônsul Geral Adjunto de Portugal em Paris, Filipe Ortigão, o Cônsul Honorário de Portugal em Lille, Bruno Cavaco, e o Adido Militar junto da Embaixada de Portugal em Paris, Hilário Peixeiro, foram os oficiais portugueses que assistiram ao funeral, aos quais se juntaram o Maire de Richebourg, Jérôme Demullier, a Maire de Lillers, Carole Dubois, o Maire de Burbure, René Hocq e a Conselheira Regional Mady Dorchies-Brillon, com o pelouro do património e do dever de memória, que representou o Presidente da Região Hauts-de-France. Aliás havia uma coroa de flores oferecida por Xavier Bertrand, e das muitas outras coroas, destacavam-se a do Embaixador de Portugal em França, a da Liga dos Combatentes de Portugal e a do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.

Na cerimónia estavam ainda representadas a Coordenação das Coletividades Portuguesas de França (CCPF), a Associação dos Graduados Portugueses em França (AFRAFr), a Associação de Nossa Senhora de Fátima de Lorgies, a Associação sociocultural dos antigos combatentes das ex-colónias portuguesas de Roubaix, entre várias outras instituições. O LusoJornal também esteve representado oficialmente no funeral com três dos seus elementos da equipa de redação.

Numa cerimónia religiosa, digna, mas sem padre, foi a neta de Felícia da Assunção Pailleux, Aurore Descamps-Ronsin, quem lembrou o percurso da avó, uma mulher corajosa, determinada, antiga cabeleireira, que queria que os filhos e os netos “andassem sempre bem vestidos e bem penteados”, que fazia crepes às centenas e cuja porta de casa estava sempre aberta a quem chegasse.

Durante a cerimónia, acompanhada por um organista e um cantor lírico, no coro da igreja, a família escolheu uma leitura que foi lida em português por Eduarda Ricou – antiga funcionária do serviço militar da Embaixada de Portugal em Paris e amiga da família – e em francês, pelo neto Virgile.

Também se ouviram vários fados de Amália Rodrigues e a urna saiu da igreja ao som a “Grândola Vila Morena”. De seguida, os presentes acompanharam-na, em cortejo e a pé, até ao cemitério, onde lhe prestaram uma última homenagem.

A família acolheu depois os amigos na sala polivalente da Mairie de Burbure.

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