Saúde: Cancro Oral_LusoJornal·Saúde·29 Março, 2023 [pro_ad_display_adzone id=”37510″] O cancro oral é definido pela Classificação Internacional de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta (incluindo as amígdalas e a faringe). A sua localização mais comum é no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e no palato mole. Mais de 90% destes cancros são designados por carcinomas afetando o epitélio da mucosa oral. Os restantes correspondem a formas mais raras de tumores e incluem os linfomas, sarcomas, melanomas, etc. O cancro oral está associado a índices de mortalidade elevados, que se deve em grande parte ao seu diagnóstico tardio. O carcinoma da cabeça e pescoço é o sexto cancro mais comum em todo o mundo e corresponde a cerca de 2,8% de todos os cancros. O cancro oral é mais frequente nos homens, acima dos 45 anos de idade, aumentando consideravelmente até aos 65 anos. O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco no desenvolvimento do cancro oral. O fumo do tabaco está relacionado com diversas transformações na mucosa oral e tem um efeito carcinogénico direto nas células epiteliais. Calcula-se que 8 em cada 10 doentes diagnosticados com cancro oral consumam ou tenham consumido tabaco, tendo estes doentes um risco cinco a sete vezes superior de desenvolverem cancro oral quando comparados com não fumadores. O cancro oral está, portanto, fortemente associado a um estilo de vida menos saudável, isto é, ao consumo de tabaco e álcool, associado a uma reduzida ingestão de vegetais e frutas e por isso pobre em alimentos contendo agentes antioxidantes. Os carcinomas da cavidade oral podem manifestar-se como uma mancha, de cor variável, geralmente branca ou avermelhada, uma massa mais ou menos endurecida ou uma úlcera que não cicatriza. A maior parte das lesões são indolores na sua fase inicial, tornando-se progressivamente dolorosas. São exemplo de sinais e sintomas: úlceras persistentes, áreas endurecidas, áreas de crescimento tecidular, lesões que não cicatrizam, mobilidade dentária, dor, parestesia (perdas de sensibilidade), disfagia (dificuldade em deglutir), lesões brancas e vermelhas, linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados). O cancro oral trata-se essencialmente com cirurgia e radioterapia, isoladas ou combinadas. O fator chave para o tratamento é o diagnóstico precoce das lesões, fator que melhora significativamente as taxas de sobrevivência à doença. Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no diagnóstico e tratamento do cancro oral este continua a ter uma taxa de mortalidade bastante elevada. Estima-se que cerca de 6 em cada 10 doentes de cancro oral morram nos 5 anos após a data do seu diagnóstico. O insucesso parece estar ligado ao facto de grande parte dos casos não serem diagnosticados atempadamente. A prevenção do cancro oral passa por: – adoção de um estilo de vida saudável; – cessação do consumo de tabaco; – diminuição do consumo de álcool; – consumo regular de vegetais frescos e frutas como fator protetor; – visitas regulares ao médico dentista que permitam que tais lesões sejam diagnosticadas nas suas fases mais precoces. Na consulta de rastreio de cancro oral o médico dentista procede a um exame visual de todas as estruturas orais (lábios, língua, gengivas, palato, bochechas, pavimento da boca, etc.) bem como das estruturas anexas à cavidade oral (ex.: glândulas salivares, pescoço). A palpação das estruturas orais e periorais é também efetuada para detetar eventuais aumentos de volume e áreas endurecidas. Podem ainda ser solicitados exames complementares de diagnóstico (ex.: radiografias). Quando uma lesão suspeita é observada, a biopsia da mesma poderá ser aconselhada, permitindo a confirmação do diagnóstico inicial e os seus sinais de malignidade. – O cancro oral é o 6º cancro mais comum em todo o mundo; – Os principais fatores de risco são o tabaco e o álcool; – Surge de uma forma assintomática, persistindo uma lesão por um tempo indeterminado, só se tornando dolorosa tardiamente; – O índice de mortalidade do cancro oral é elevado; – A chave para o seu tratamento é um diagnóstico atempado; – O risco de desenvolver um cancro na cavidade oral diminui com os anos de cessação tabágica. Após 15 anos da cessação, o risco aproxima-se dos valores de um não fumador. O seu médico dentista é o profissional de saúde responsável pelo estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doenças dos dentes, boca, maxilares e estruturas anexas. Dr. Ricardo Maia Médico dentista especialista em cirurgia oral Clínica Santa Madalena [pro_ad_display_adzone id=”46664″]