“Sous les œillets la révolution”, de Yves Léonard – Quando a mais bela da revoluções destrona a mais antiga das ditaduras

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Um dos grandes especialistas franceses da História de Portugal, Yves Léonard, lançou mais um livro dedicado à História portuguesa. “Sous les œillets la révolution: Le 25 avril 1974 au Portugal” surge nas vésperas da chegada do ano 49 depois de Abril. A comemoração da Revolução portuguesa ganhará na próxima semana um sabor especial: Portugal já viveu mais tempo em Democracia do que em Ditadura fascista.

Neste campeonato de regimes, a Liberdade vence por 49 a 48. Embora, em termos de tempo psicológico, os 48 anos de Ditadura de chumbo imposta ao povo português por Salazar e Caetano tenha parecido uma eternidade, em contraste com estes quase 50 anos que passaram a voar.

Publicada pela Editora Chandeigne, esta nova obra do autor de “Salazarisme et fascisme” ou “Histoire du Portugal Contemporain”, editadas pela mesma Editora, propõe, em 136 páginas, uma História sintética da Revolução dos Cravos que, segundo a editora, foi “um momento chave não apenas para o Portugal contemporâneo, mas também para o mundo ao abrir uma nova Era de democratização”.

“Era” que, poucos anos depois, se acentuaria com o fim do Franquismo e a transição democrática em Espanha, país que, de acordo com alguns especialistas, mantém ainda abertas as feridas herdadas da Guerra Civil de 1936/39 devido à ausência de rutura revolucionária à maneira portuguesa.

É então a passagem de um país órfão de líder ditatorial forte – Salazar morrera em 1969 – e enterrado havia treze anos numa guerra colonial anacrónica que, em contexto de Guerra Fria e perante a imparável vaga libertadora dos povos africanos, que surge a Revolução portuguesa. “O 25 de Abril é simultaneamente um evento singular, o dia D levado a cabo por um grupo de jovens capitães”, diz a editora, “e um processo revolucionário com múltiplas implicações. Uma transição singular para a democracia, por rutura e pacifica, sem renegociação.”

Uma madrugada de Abril e uma canção, “Grândola, vila morena”, que desde então se tornou em hino não oficial de Portugal e é hoje cantada, juntamente com “Bella Ciao”, pelas ruas de Paris e de outras cidades francesas durante as frequentes manifestações, que restam na memória coletiva portuguesa.

Um momento indelével, que marcou e acelerou a História portuguesa, que ofereceu a Portugal a liberdade, o fim da censura e a Democracia parlamentar, mas que, em 49 anos, não conseguiu ainda extirpar da sociedade os seus maiores pecados: a desigualdade social, a pobreza para a qual se vê atirada mais de um quinto da população e a emigração económica forçada.

Yves Léonard marcará presença em vários eventos de lançamento e apresentação desta sua mais recente obra.

Na próxima quarta-feira, dia 19 de abril, às 10h30, marcará presença no Lycée Montaigne, para falar com alunos e professores.

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LusoJornal