Conselho das Finanças Públicas cabo-verdiano aponta emigração como novo desafio nalguns setores


O Conselho das Finanças Públicas (CFP) cabo-verdiano indicou que a emigração de mão-de-obra qualificada é um novo desafio que a economia do arquipélago começa a enfrentar, nalguns setores.

“No contexto nacional, a economia enfrenta os desafios já conhecidos tais como a dependência do turismo, o desemprego e a dívida pública ainda elevada”, lê-se no parecer sobre as previsões macroeconómicas do Governo na proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2025.

Àqueles fatores “acresce um fenómeno ‘novo’ que é a emigração da mão-de-obra qualificada, que está a colocar alguns setores em tensão por falta de trabalhadores como a construção civil e a hotelaria, fazendo aumentar os preços dos serviços prestados”, detalha aquele órgão.

A posição reflete relatos que têm sido feitos em diferentes setores de atividade.

O Presidente da Câmara de Turismo cabo-verdiana disse em fevereiro, à Lusa, que a capacidade de formação de Cabo Verde não cobre as necessidades do setor da hotelaria e turismo, porque muitos dos formandos emigram, atraídos por Portugal e outros países.

Questionado pela Lusa, o Vice-Primeiro-Ministro com a tutela da Economia e Finanças, Olavo Correia, tem apontando que a melhor forma de fixar mão-de-obra no país é oferecer melhores salários, esperando que seja possível criar condições, com o contributo do Governo, para que as empresas remunerem melhor.

E sobre a formação, considerou que o melhor “é preparar os jovens agora, para irem para o mercado global de forma organizada, com formação profissional, com contrato de trabalho, com segurança social, para que possam ter um trabalho em Portugal ou em qualquer outro país do mundo com dignidade”.

LusoJornal