LusoJornal | Mário Cantarinha

Linda Neto foi a convidada da Lusibanda em mais uma festa de arromba no Havre

A associação Lusibanda organizou, no Havre, mais uma grande festa, na Sala de Festas de Graville, animada pelo grupo musical Lusibanda, com uma convidada especial vinda de Portugal – Linda Neto – e também com a participação do grupo de bombos Os Amigos da Borga do 78.

“Para nós é um prazer contar aqui com estes nossos amigos, que consideramos como membros da nossa própria família” disse ao LusoJornal Manuela Pereira, a cantora da Lusibanda. “Os Amigos da Borga já vieram cá três vezes e por vezes somos nós que vamos com eles, quando eles têm participações noutros eventos. Quanto à Linda Neto, já nos encontrámos em Paris num espetáculo, ficámos amigas, é uma joia de pessoa, é dada, o marido, Fábio, também. Já queríamos tê-los cá há muito tempo, já antes do Covid, mas só agora surgiu a oportunidade”.

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Linda Neto foi a artista convidada

Linda Neto confirmou ao LusoJornal que já estava previsto vir cantar ao Havre em 2019. “Venho sempre com muito gosto. O público foi espetacular e as pessoas gostaram. As cantigas mais antigas são aquelas que o público mais gosta, mas também acabaram por gostar, por exemplo, da ‘Piriquita’, bem mais recente” diz a cantora.

“Este ano lancei a música do Emigrante porque venho muitas vezes ao estrangeiro e este é um miminho que lhes deixo, mereciam uma música da minha parte. Eu gosto de ajudar quem me ajuda e também gosto de me lembrar de quem me ajuda”.

Aliás Linda Neto lembra o primeiro tema que cantou especialmente a pensar nos emigrantes. “Foi o ‘Comment ça va?’, com uma adaptação muito à minha maneira, com uma letra também à minha maneira, já para ter esta interação com os emigrantes e até com os franceses. Na altura nem tinha este tema gravado, porque o tema não é meu, é um tema bastante conhecido, apenas o tinha trabalhado no nosso estúdio com o Fábio Silva, mas sabia que os emigrantes iriam gostar da música e gostaram. Gostaram tanto que depois pediam-me sempre em que disco estava. Acabei por pedir autorização e gravei esta música em 2014” contou numa entrevista ao LusoJornal.

Nos últimos tempos Linda Neto tem vindo menos vezes a França. A cantora, e o marido, Fábio Silva, têm um estúdio de gravação, uma loja de audiovisuais e três camiões-palco a circular pelo país, mas têm também muitos concertos em Portugal.

A pandemia de Covid-19 fez com que tudo parasse, de repente. “O primeiro mês foi simpático, mas depois faltava-me a atividade. Para quem está habituada a esta vida ativa, parar é uma desgraça” conta Linda Neto. Mas a pandemia também trouxe novas oportunidades ao casal, que abriu uma unidade de turismo local perto de Fátima. “Enfim, ainda me trouxe mais trabalho” diz a sorrir.

Linda Neto veio apenas com o marido ao Havre, mas destaca que em Portugal tem toda uma equipa que a acompanha, desde os motoristas (por vezes da família), os técnicos, os músicos, até às bailarinas. “Nós não somos nada sem estas pessoas que fazem quilómetros e quilómetros de estrada. Nem eu nem o Fábio, não somos nada sem eles, sem toda a equipa de apoio”.

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Lusibanda sente que a atividade associativa está de regresso

Para a Lusibanda, esta foi mais uma “festa de arromba”. A sala estava cheia, como já é habitual, com gente do Havre, mas também com pessoas que vieram de mais longe, de Rouen, a uma hora e meia de carro, de St Lô ou de Caen.

“Nós adoramos esta gente. É como se fossem família” diz Manuela Pereira ao LusoJornal. “É gente que vem cá cantar, dançar e fazer a festa connosco”.

Muita gente perguntava por que razão a associação não propõe jantares-espetáculo, mas Manuela Pereira explica que “aqui no Havre é complicado obter salas para festas e as que temos, não têm cozinha, por isso não podemos cozinhar”. Mas houve petiscos para quem os quis.

No palco estava o trio de sempre, com Filipe nos teclados, a mulher, Manuela, e a filha, Salomé, a cantarem. Vírginie, a outra filha do casal, também já cantou com a banda, mas enveredou agora por uma carreira a solo. “A Virginie era uma boa cantora e a Salomé em palco, é uma maravilha. É uma segunda Manuela, doente pela música” conta a mãe com orgulho.

A Lusibanda tem animado festas e bailes nos 4 cantos da França. “Ainda recentemente estivemos em Comar, na Alsace. É longe, mas quando se vê as pessoas a fazerem a festa connosco, esquecemos o cansaço” garante Manuela Pereira. “O Covid fez muito mal à nossa atividade, as associações estão agora a arrebentar. Muitas fecharam, mas as que ficaram, estão novamente a fazer atividades”.

Esta foi a última festa da Lusibanda antes do fim do ano. “Agora voltaremos no próximo ano” promete Manuela Pereira. “Vamos ver as salas que nos vão ser atribuídas e depois veremos o que vamos fazer”.

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