LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga Home Cultura Foi inaugurado ontem o novo festival de cinema português “Olá Paris!”Carlos Pereira·30 Novembro, 2024Cultura O novo festival de cinema português em Paris, “Olá Paris!”, foi inaugurado ontem, no Club de l’Etoile, em plena capital francesa, pelos dois irmãos Fernando e Wilson Ladeiro e pela madrinha desta primeira edição, Maria de Medeiros. Na sala estava presente o Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte e a Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa. Também marcaram presença os realizadores Margarida Cardoso (que apresentou o primeiro filme do festival), Cláudia Varejão, Tiago Guedes, Ruben Alves e Christophe Fonseca, assim como atores como Beatriz Batarda, Isabel Abreu ou Jaqueline Corado. A cerimónia de abertura do Festival foi apresentada por Karine Lima. “O cinema português é um bom cinema, conhecido no mundo e nos festivais internacionais. O cinema português na Europa é considerado como um dos mais interessantes nos últimos anos, mas não está suficientemente visível nas salas, e como não existe em França nenhum festival dedicado ao cinema português nós decidimos criar um” disse Wilson Ladeiro no discurso de abertura, com algum humor à mistura. “Como estamos em Paris, decidimos chamar-lhe ‘Olá Paris!’. Se estivéssemos em Dunkerque, seria ‘Olá, Dunkerque!’”. “Existe uma verdadeira história de amizade entre a França e Portugal. Parece-nos mesmo uma evidência que um festival de cinema tenha lugar em França” disse Wilson Ladeiro, coorganizador e codiretor do festival. “As ideias mais evidentes, por vezes, é necessário alguém para as realizar. É verdade que o cinema português está ligado à França, a crítica francesa e os distribuidores franceses acompanham há muito tempo o cinema português e foi sempre muito valorizado, especialmente em França. No entanto, é verdade que não existia um festival de cinema português. Agora já há e tenho muito orgulho em estar aqui e fazer parte desta aventura” disse a realizadora Maria de Medeiros. “O cinema português é uma mistura única de poesia e de imagens, mas também tem um ritmo, é um convite à lentidão, a dar tempo ao tempo, a contemplar… mesmo um plano fixo sobre um elétrico de Lisboa, pode provocar emoção” disse por seu lado Fernando Ladeiro Marques, irmão de Wilson Ladeiro e cofundador do festival. “Estamos muito orgulhosos de apresentar aqui esta seleção de filmes que, para nós, são representativos da riqueza e da diversidade do cinema português. Vão ver obras cheias de calor humano, de profundidade e mesmo, por vezes, desta melancolia a que chamamos Saudade”. Maria de Medeiros declarou aberta a primeira edição do Olá Paris! e agradeceu aos irmãos Wilson e Fernando Ladeiro cuja ambição é agora – “sejamos doidos”, como dizem – instalar definitivamente este evento para que se torne num “ponto de encontro anual do cinema português em Paris”. Uma exposição do artista português de street-art Glaçon, está exposta durante os três dias do Festival na galeria do primeiro andar, onde também haverá sessões de dedicatórias do livro “Terra Fria” de Ana Maria Torres, da banda desenhada “Borboleta” de Madeleine Pereira e do livro do desenhador e ilustrador do cartaz do festival, autor de “25 de Abril: no princípio era o verbo”, Nuno Saraiva. . Banzo, o primeiro filme projetado “Banzo”, o primeiro filme projetado no festival, vai sair nas salas de cinema francesas no dia 25 de dezembro “no dia do menino Jesus” como disse, a brincar, a realizadora Margarida Cardoso antes da projeção, numa breve conversa com a apresentadora Karine Lima. O filme situa-se no início dos anos 1900, numa roça de Cacau de S. Tomé e Príncipe, para onde foram recrutados escravos moçambicanos que sofrem da nostalgia do país e acabam por adoecer e até suicidar-se. O Dr. Afonso, habituado a trabalhar em África, nomeadamente no Congo, foi chamado para curar esta doença desconhecida que matava os escravos na Roça da Boa Vista. Mas depressa descobriu que a doença não se tratava com remédios, porque o que os escravos queriam era regressar a casa, para junto dos filhos e demais família. O filme dura mais de duas horas, que passam muito depressa, tão envolvente é a história e tão belas são as imagens do Diretor de fotografia Leandro Ferrão. É um belo filme que, quem não viu ontem, poderá ver nas salas de cinema francesas a partir de 25 de dezembro.