LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira LusoJornal | Carlos Pereira Home Comunidade Ministro Paulo Rangel visitou biblioteca parisiense que passa a chamar-se Agustina Bessa LuísCarlos Pereira·5 Dezembro, 2024Comunidade A Biblioteca Agustina Bessa Luis – anteriormente Biblioteca de Courcelles – bem perto da Place de Ternes, em Paris 8, teve ontem a cerimónia oficial de “mudança” de nome, na presença do Ministro português dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel, do Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, mas também em presença da Maire-Adjointe de Paris com o pelouro da cultura, Carine Rolland, e do Conselheiro de Paris Hermano Sanches Ruivo. “Esta é uma biblioteca para crianças, desde os mais pequeninos, até aos 10-14 anos” disseram ao LusoJornal Valérie Reussard e Alexandre Molen, respetivamente Diretora e Diretor-Adjunto da Biblioteca que fica no fim da avenida Beaucoeur, uma rua sem saída a dois passos da Salle Pleyel. A ideia é conjunta entre a Maire-Adjointe de Paris com o pelouro da Cultura Carine Roulland, e o Maire Adjoint com o pelouro das Relações internacionais, Arnaud Ngatcha, trabalhada com a antiga Conselheira cultural da Embaixada de Portugal em Paris, Isabel Corte Real, como explicaram ao LusoJornal elementos do Gabinete de Arnaud Ngatcha. Isabel Corte Real já não é Conselheira Cultural em Paris, mas já estava presente o novo Conselheiro Cultural, Jorge Barreto Xavier, que agora assume funções em Paris. Os Diretores da Biblioteca prepararam uma exposição de livros de Agustina Bessa Luís, e o Ministro português ofereceu um saco de livros infantis de autores portugueses como Sophia de Mello Breyner, Afonso Cruz, Maria Helena Vieira da Silva, José Jorge Letria, Valter Hugo Mãe, Ana Pêgo, entre outros. A museóloga, pintora e autora de vários livros Mónica Baldaque, filha única de Agustina Bessa Luis, pediu à amiga Lisa Santos Silva para a representar na cerimónia. Lisa Santos Silva é pintora, nasceu no Porto, passou uma grande parte da sua infância em Angola, mas vive agora em Paris. . Deliberação unânime do Conselho de Paris Antes de passar em deliberação no Conselho de Paris, o Conselho municipal de Paris 8 votou por unanimidade a proposta e deu o aval no dia 22 de janeiro deste ano, no seguimento da exposição do Maire-Adjoint de Paris com o pelouro da Cultura, Jean-Pascal Hesse. A deliberação final foi tomada no Conselho de Paris dos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro. Na quarta-feira, dia 7, a sessão estava a ser presidida pelo Maire Adjoint Patrick Bloche. Primeiro foi dada a palavra à Maire de Paris 8, Jeanne d’Hauteserre que explicou que a Biblioteca acolhe cerca de 17.000 pessoas por ano e empresta 80.000 obras. A Biblioteca foi renovada em 2017, altura em que se orientou essencialmente para um público juvenil. Jeanne d’Hauteserre confirmou o voto favorável, por unanimidade, do Conselho municipal de Paris 8. Durante o debate tomou a palavra a Maire-Adjointe Laurence Patrice, com o pelouro da memória e dos antigos combatentes, que explicou que esta decisão vai destacar a “personalidade excecional” de Agustina Bessa Luis, “escritora lusófona, relativamente desconhecida em França, mas um verdadeiro ícone da literatura de Portugal. Ela escreveu muito sobre o estabelecimento da democracia no seu país” e depois citou uma frase que atribuiu à escritora portuguesa: “a Revolução dos Cravos não foi uma revolução no sentido do triunfo de uma classe sobre a outra, mas de algo mais profundo talvez, do fim do medo milenário do desprezo de si próprio”. Laurence Patrice confirmou que a decisão foi preparada conjuntamente com a Embaixada de Portugal em França e era uma forma de “homenagear a Comunidade portuguesa estabelecida em Paris e os intercâmbios culturais entre os dois países”. O novo nome da antiga Biblioteca de Courcelles enquadra-se num plano de dar nomes às bibliotecas da cidade que ainda não têm mais nenhum nome, à parte o do bairro onde estão implementadas. Para a Biblioteca de Courcelles, Laurence Patrice e Carine Rolland decidiram prestar homenagem a “grandes figuras da literatura feminina”. Não houve mais nenhuma intervenção e a deliberação foi definitivamente aprovada por unanimidade.