Bienal de Arte Contemporânea da Maia estreou peça de Isabel Carvalho inspirada na obra de Isabel Meyrelles


A Bienal de Arte Contemporânea da Maia estreou no sábado passado a ‘performance-concerto’ “O Livro do Tigre”, de Isabel Carvalho (foto), a partir da obra homónima de Isabel Meyrelles, poetisa e artista portuguesa radicada na região de Paris e nome-chave do surrealismo português, que constituiu “um dos pontos altos deste segundo momento” da Bienal, que decorre até 14 de setembro.

“Le livre du tigre”, que inspira a atuação de Isabel Carvalho e os seus quadros expostos na Bienal, foi publicado em 1976, originalmente em francês, com ilustrações do artista Cruzeiro Seixas.

Nesta nova criação, a artista multidisciplinar, com um percurso sustentado na investigação, dá voz a uma seleção de poemas de Isabel Meyrelles, acompanhada pela direção musical de Rui Santos (‘aka’ Bug Snapper).

Escultora e poetisa surrealista portuguesa, Isabel Meyrelles nasceu em 1929 em Matosinhos e é reconhecida como a primeira mulher surrealista portuguesa, amiga de Mário Cesariny e de Artur do Cruzeiro Seixas. Começou estudos de escultura no Porto com o escultor Américo Gomes e, posteriormente, mudou-se para Lisboa para estudar com António Duarte. Em 1950, mudou-se para Paris, onde continuou estudos na Sorbonne e na École des Beaux-Arts. Publicou várias obras de poesia, incluindo “Em voz baixa” (1951) e “Palavras Nocturnas” (1954). Ainda hoje reside na região de Paris.

A bienal, promovida pela Câmara Municipal da Maia, é de entrada livre.