Boa Notícia: Não é um palco: é um encontro


No Evangelho deste domingo, dia 26, Jesus conta uma parábola dirigida «a alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros». Dois homens (um fariseu e um publicano) sobem ao Templo para rezar. As suas orações revelam dois modos muito diferentes de estar diante de Deus: o fariseu faz o inventário das suas virtudes e compara-se com os outros; o publicano reconhece a própria miséria e pede perdão a Deus. Um reza para se afirmar, o outro para se entregar. Um fala de si, o outro fala a Deus. E Jesus conclui: «Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».

Apesar de breve, esta parábola ensina-nos tantas coisas…

Aprendemos que Deus Pai não precisa das nossas palavras bonitas, mas anseia por corações verdadeiros. Que a oração não é um palco, mas sim um encontro. Que não é o lugar onde listamos méritos, mas onde pedimos e recebemos misericórdia. Aprendemos também que a humildade não é desprezo por si mesmo: é lucidez! É o reconhecimento dos nossos limites! E quem se reconhece frágil encontra mais facilmente a força da graça. Todavia, quem se julga justo fecha-se à misericórdia.

O fariseu subiu ao templo cheio de méritos e desceu vazio; o publicano subiu vazio e desceu cheio de misericórdia. A parábola é um convite a descermos do pedestal das aparências e a rezarmos a partir da verdade da nossa vida. Só aí – só no terreno fértil da honestidade e da humildade – a graça poderá finalmente florescer.