Duas longas-metragens portuguesas de animação selecionadas para o Festival de Annecy

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Duas longas-metragens portuguesas de animação, de José Miguel Ribeiro e Nuno Beato, vão estrear-se em junho no Festival de cinema de Annecy, numa edição em que Portugal estará presente também nas curtas-metragens e numa coprodução minoritária.

É um dos raros momentos da história do cinema português em que duas longas-metragens de animação, realizadas por portugueses, estão na seleção oficial de um dos mais importantes festivais dedicados ao cinema de animação.

De acordo com a organização, na competição oficial de ‘longas’ estará “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, e na secção “Contrechamp” estará “Os demónios do meu avô”, de Nuno Beato.

“Nayola” conta com argumento de Virgílio Almeida, a partir de uma peça de teatro de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, e a história atravessa três gerações de mulheres, tendo a guerra civil de Angola como pano de fundo.

O filme cruza animação em 2D e 3D, tem produção da Praça Filmes, coprodução com Bélgica, França e Países Baixos, e um orçamento que ultrapassou os três milhões de euros.

Nuno Beato estreará em Annecy a longa-metragem “Os demónios do meu avô”, sobre uma mulher que ruma à aldeia do avô para se reencontrar com o passado familiar.

A história, escrita por Possidónio Cachapa a partir de uma ideia de Nuno Beato, decorre numa aldeia imaginária em Vale do Sarronco, povoada de humanos, animais e seres fantásticos inspirados no universo da ceramista Rosa Ramalho.

O filme é em ‘stop-motion’ com animação de volumes e em animação 2D, é produzido pela Sardinha em Lata e tem coprodução com França e Espanha.

Tanto Nuno Beato como José Miguel Ribeiro – que já trabalharam juntos na Sardinha em Lata – viram estes dois filmes contemplados com um milhão de euros cada, nos programas de apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

O 46º festival de cinema de Annecy decorrerá de 13 a 18 de junho, e a organização já tinha anunciado anteriormente a competição de curtas-metragens, na qual estão os filmes “Garrano”, de David Doutel e Vasco Sá, “O homem do lixo”, de Laura Gonçalves, “Second”, uma obra de escola de André Martins, e a obra em realidade virtual “Affiorare”, de Rossella Schillaci.

O anúncio de ontem diz respeito às longas-metragens dentro e fora de competição e ainda a projetos que serão também mostrados em Annecy ainda em fase final de produção.

De entre os filmes anunciados, destaque para a estreia das primeiras imagens do filme “Spider-Man: Across the spider-verse”, que só deverá estrear-se em 2023, e que é correalizado pelo português Joaquim dos Santos, por Ken Powers e por Justin K. Thompson.

No programa “Work in Progress”, de filmes ainda em processo de trabalho, estará a longa-metragem documental “They shot the piano player”, dos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal, com coprodução de França, Países Baixos e Portugal, através da produtora Animanostra.

A produção de cinema de animação em Portugal é prolífica sobretudo em curtas-metragens, contando ainda com algumas séries de animação, mas são escassas as longas-metragens, por questões de custos de produção e dificuldades de financiamento.

De produção recente contam-se, pelo menos, as ‘longas’ “Até ao tecto do mundo” (2006) e “O sonho de uma noite de São João” (2005).

“Até ao tecto do mundo” é habitualmente anunciada como a primeira longa-metragem de animação portuguesa, realizada por Carlos Silva, Costa Valente e Vítor Lopes, e produzida no estúdio de animação de Avanca, Aveiro.

“O Sonho de uma noite de S. João” é um filme de Angel De La Cruz e Manolo Gomez, e foi coproduzido entre Portugal e a Galiza, Espanha.

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LusoJornal