Jean Marc Benedetti: Uma declaração de amor ao mundo (e a Portugal)

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Filho de pai italiano e mãe francesa, Jean Marc Benedetti escreveu um livro que é também, em parte, uma declaração de amor a Portugal. Publicado o mês passado, “Rien ne vaut ce jour” é um livro-mundo, no sentido em que foi escrito em vários lugares do planeta: na ilha de Zanzibar (Tanzânia) – ilha que no século XVI fez parte do Império Português do Índico -, Grécia, Magreb, França e, claro, Portugal, destacando-se Lisboa.

Este quarto livro de Jean Marc Benedetti – “Demain, je m’enfuis de l’enfer” (Grasset, 2005), “Les Équilibristes” (Passiflore, 2017) e “La fuite d’Italie” (Passiflore, 2019) – é um canto ao otimismo, aos momentos de simples felicidade que, de vez em quando, nos surpreendem e dão música às nossas vidas. Aliás, é mesmo com música que abre a obra, graças a uma curta história, “Furtwängler”, que nos mergulha na cultura musical alemã.

Este professor de literatura francesa dedica três histórias a Portugal, onde viveu alguns anos, nas quais faz referência a alguns marcos da cultura e da história portuguesa.

Desde referências à calçada portuguesa que desenham a portugalidade desde o Rossio a Copacabana, ao fado – Amália Rodrigues também mora neste livro – e ao 25 de Abril na figura de Otelo Saraiva de Carvalho. A saudade, pois claro, não podia faltar e surge em “Despedida”, uma das histórias.

Esta escrita de alegria, que contrasta com a aura algo sombria dos anteriores trabalhos de Jean Marc Benedetti, é também uma mistura de estilos, desde a poesia à cónica, passando pelo conto. Histórias que o autor pretende que sirvam ao leitor como pausa, como “reparação deste mundo estragado”, seja através de uma feliz nostalgia de infância, seja graças a uma história que narra uma viagem extraordinária. Uma viagem que tanto pode levar à emoção das lágrimas na estrada para Portalegre durante um dia de primavera especialmente luminoso ou uma longa estadia numa mui amada Lisboa, descobrindo o que significa essa lusitana coisa da saudade.

Um livro para ler no inverno enquanto se espera pela chegada da primavera.

 

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LusoJornal