Marie-Isabelle Vieira acaba de publicar “Olhares Cruzados Francófonos e Portugueses”

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Acaba de ser editado o livro “Olhares Cruzados Francófonos e Portugueses – As imagens dos Portugueses na literatura romanesca contemporânea (1950-2000) de Marie-Isabelle Vieira, na Coleção Comunidades Portuguesas da Imprensa Nacional – Casa da Moeda.

Este livro apresenta-nos a figura do migrante português nas literaturas portuguesa e francesa entre 1950 e 2000, período durante o qual os Portugueses se transformaram na primeira comunidade estrangeira em França.

O título original da obra é “Regards croisés francophones et portugais: les images des Portugais dans la littérature romanesque contemporaine (1950-2000)” e foi traduzido por Sandra Inês Cruz.

“Invisíveis para os sociólogos, será na literatura que estes emigrantes veem refletido o seu lugar na sociedade francesa?” questiona-se a autora. “Integrarão eles os romances franceses como personagens? Serão objeto de interesse por parte de escritores portugueses? Num país em que os Descobrimentos e os navegadores são venerados, que lugar é dado ao português modesto que emigrou para a Europa?”.

Marie-Isabelle Vieira é doutorada pela Universidade de Paris Nanterre e pela Universidade Nova de Lisboa em Línguas e Literaturas românicas. Docente e investigadora no Centre de Recherche Interdisciplinaire sur le Monde Lusophone, tem publicado estudos de tradução e, mais extensamente, sobre questões relacionadas com a migração e a literatura.

“Se, em França, escritores e admiradores de Salazar se apropriaram de temas portugueses, só depois do 25 de Abril é que a figura do imigrante português desabrochou. A chegada da democracia trouxe para a praça pública os temas do exílio político e da emigração, fazendo com que os autores se questionassem sobre a sua identidade e pusessem enfim a hipótese de regressar à pátria” lê-se na contracapa do livro.

Marie-Isabelle Vieira também é uma das fundadoras da companhia de teatro bilingue Cá e Lá. Neste livro agora editado, analisa imagens e discursos veiculados pelas ciências humanas e sociais, mas também pelos serviços de propaganda portugueses e até pelos guias turísticos destinados a estrangeiros.

A autora apresenta-nos um fresco sobre a identidade imaginária portuguesa e desfaz mitos sobre um período marcante da História de Portugal – no qual as literaturas portuguesa e francesa raramente se cruzam, mas sempre se mostraram vivas e marcaram um tempo.

“A chegada maciça de Portugueses a França nos anos 60 teve um forte eco na imprensa, com manchetes sobre os clandestinos portugueses e o bairro de lata de Champigny, mas a verdade é que o Português branco não era uma imagem de Outro estrangeiro suficientemente forte ou significativa para que a literatura francesa lhe desse atenção” escreve Marie-Isabelle Vieira na conclusão do livro.

A Coleção Comunidades Portuguesas da Imprensa Nacional pretende trazer a público testemunhos, documentos, ensaios e obras de criação literária respeitantes aos Portugueses que vivem, trabalham e criam fora de Portugal. Esta coleção é uma iniciativa conjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Imprensa Nacional – Casa da Moeda que “quer dar visibilidade e voz às nossas Comunidades residentes no estrangeiro”.

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LusoJornal