No seguimento do Requerimento que o Deputado Paulo Pisco apresentou na Assembleia da República com uma pergunta ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas sobre a Santa Casa da Misericórdia de Paris, tanto a Provedora Ilda Nunes como o Presidente da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP), Carlos Vinhas Pereira, corrigiram a texto de introdução da pergunta do Deputado.
Em causa está uma frase de Paulo Pisco que diz que a Santa Casa da Misericórdia de Paris tem uma sede física desde 2010, num espaço subalugado à Câmara do Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP) e está na iminência de ser despejada por “impossibilidade de pagar à CCIFP os 3.500 euros mensais de renda exigidos para a renovação do contrato de subarrendamento”.
Carlos Vinhas Pereira explica ao LusoJornal que a CCIFP aluga atualmente dois andares no 7 avenue de la Porte de Vanves e, a partir de 31 de março, passa a alugar apenas o terceiro andar do edifício.
A “régie immobilière” da Mairie de Paris, RIVP, pode continuar a alugar o segundo andar do edifício, tanto à associação Cap Magellan, se ela estiver interessada, como à Misericórdia de Paris, “mas a RIVP não quer dividir o espaço e se as duas associações ficarem, terão de chegar a um acordo entre elas” explica Carlos Vinhas Pereira.
“Se nós continuarmos naquele espaço, temos de alugar o andar à RIVP, efetivamente com um aluguer mensal de 3.500 euros, mas não é CCIFP” reage Ilda Nunes ao LusoJornal. “Temos de ser claros no que dizemos”.
A provedora da Misericórdia de Paris diz que ainda não encontrou forma de pagar este aluguer, mas confirma que tem estado a em relacionamento com a RIVP para eventualmente encontrar outros locais.
Entretanto, num requerimento dirigido ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, o Deputado socialista Paulo Pisco, eleito pelo círculo eleitoral da Europa, pergunta se o executivo “está consciente que a SCMP está em risco de ser despejada das instalações onde atualmente se encontra e, eventualmente, ter de suspender as suas atividades solidárias ao serviço da Comunidade portuguesa”.
Paulo Pisco questiona ainda se o Governo tenciona dar seguimento ao protocolo que estava previsto através da União das Misericórdias Portuguesas e a Santa Casa da Misericórdia de Paris e, nesse caso, em que termos.
Finalmente, Paulo Pisco questiona se o Governo PSD/CDS-PP está a avaliar “a possibilidade de dar algum tipo de apoio” à SCMP de outra forma que não seja através da União das Misericórdias Portuguesas e, no caso de a instituição ameaçada de despejo “ficar impossibilitada de dar continuidade às suas atividades”, o que pensa o Governo fazer para “compensar esta perda”.