De acordo com os dados mais recentes, nos países ocidentais, até 4 em cada 100 gravidezes complicam-se pela existência de doença cardiovascular, atualmente a principal causa de morte materna na gravidez.
A incidência da doença cardíaca na gravidez tem aumentado, e tal deve-se à ocorrência da gravidez em idade mais tardia, a uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular em mulheres na idade fértil (hábitos tabágicos, diabetes mellitus, obesidade, hipertensão arterial) e ao número crescente de mulheres com cardiopatias congénitas corrigidas que atingem a idade adulta.
A gravidez impõe várias adaptações que nem sempre são toleradas pelas doentes com doença cardíaca prévia “teste de stress natural”.
A avaliação e o seguimento de mulheres com doença cardíaca conhecida ou suspeita que pretendem engravidar, deve assim começar antes da gravidez, de forma que se possa estratificar o risco individual e programar de forma antecipada os cuidados a ter.
A hipertensão arterial e distúrbios relacionados, como a pre-eclampsia (HTA+ proteinuria), são as complicações cardiovasculares mais frequentes.
Associam-se maior risco materno e fetal (restrição do crescimento intra-uterino, prematuridade). Sintomas e sinais de alerta: aumento da pressão arterial, dor de cabeça, alteração da visão, dor abdominal.
É prática cada vez mais comum, e recomendada, haver equipas dedicadas a este tipo de patologias, traduzindo-se em melhores resultados clínicos. Equipas multidisciplinar (Cardiologia, Ginecologia/Obstetrícia, Medicina Interna, Medicina Geral e Familiar) diferenciada na abordagem e seguimento de mulheres gravidas ou que pretendem engravidar e as quais têm doença cardiovascular conhecida ou que a primeira manifestação desta ocorra durante a gravidez.
Sinais de alarme na gravidez:
– Dor no peito mantida
– Cansaço desproporcional ou “de novo”
– Palpitações rápidas
– Desmaios
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Dra. Tatiana Guimarães
Cardiologista
Sociedade Portuguesa de Cardiologia