A escolha entre a colocação de prótese mamária submuscular (abaixo do músculo peitoral) ou subglandular/submamária (acima do músculo, mas abaixo da glândula mamária) depende de diversos fatores, como a anatomia e a idade da paciente, os objetivos estéticos, o etilo de vida da doente (por exemplo se faz desporto) e a experiência do cirurgião. Aqui estão as principais vantagens e desvantagens de cada abordagem:
.
1. Prótese Submuscular (abaixo do músculo peitoral)
(na realidade atualmente “dual plane” ou seja parcialmente abaixo do musculo e com porção inferior atrás da glândula)
Vantagens:
– Aspeto mais natural: Como a prótese está mais coberta, há menor risco de que o contorno superior da prótese seja visível e que as ondulações da superfície da prótese (“rippling”) especialmente em mulheres com pouca gordura ou tecido mamário.
– Menor risco de contratura capsular (quando o tecido cicatricial endurece em torno da prótese): O risco de contratura capsular no geral é de 5% a 15%. Há estudos que indicam ser de 20% o risco de contratura capsular ao longo da vida do implante. O risco de contratura capsular de próteses colocadas em posição submuscular é de 5% a 10% enquanto as colocadas em posição submamária têm um risco de 15% a 30%.
– Menor interferência em exames de imagem: As próteses submusculares geralmente interferem menos em exames de mamografia, facilitando a deteção precoce de anormalidades na mama.
Desvantagens:
– Maior dor no pós-operatório: O período de recuperação pode ser mais doloroso, pois o músculo peitoral é manipulado durante a cirurgia.
– Tempo de recuperação mais longo: A recuperação pode demorar mais em comparação à colocação submamária, devido à manipulação tecido muscular.
– Movimento da prótese com a contração muscular: Durante atividades que envolvem o músculo peitoral (como exercícios), a prótese pode se mover, o que pode ser percebido visualmente em alguns casos.
.
2. Prótese Submamária/Subglandular (acima do músculo, abaixo da glândula)
Vantagens:
– Recuperação mais rápida e menos dolorosa: Como o músculo peitoral não é manipulado, a recuperação costuma ser mais rápida e menos dolorosa.
– Posicionamento mais simples e direto: A cirurgia tende a ser mais rápida e menos invasiva.
– Menos distorção com movimento muscular: Não há movimentação da prótese quando o músculo peitoral é contraído.
Desvantagens:
– Mais visível em mulheres magras: Em pacientes com pouco tecido mamário ou gordura, o contorno da prótese pode ficar mais percetível, levando a um resultado menos natural.
– Maior risco de contratura capsular: Há um maior risco de contratura capsular quando comparado à colocação submuscular.
– Interferência em mamografias: A prótese subglandular pode dificultar mais a realização de exames de mamografia e a visualização do tecido mamário.
.
Para terminar devemos ainda entrar em consideração com outros locais de colocação como o sub-fascial. A fáscia peitoral é um tecido fibroso à frente do musculo peitoral, nem sempre evidente, que daria a proteção do musculo sem as desvantagens da posição retro-peitoral. Pessoalmente acho que na prática corresponde a uma prótese pré-peitoral.
.
Dr. Rui Leitão
Cirurgião plástico
Clínica Fisiogaspar, Lisboa