Saúde: Sabe o que é a Doença de Lyme?

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A doença de Lyme é uma doença infeciosa crónica, que pode afetar múltiplos órgãos e sistemas.

A doença é causada pela infeção por bactérias do complexo Borrelia burgdorferi s.l., que se transmite aos humanos através da mordedura de carraças infetadas, principalmente do género Ixodes.

Os sintomas associados dependem do estádio da doença e podem ser muito variados.

A manifestação clínica mais precoce é na pele, designa-se eritema migrans e surge 3 a 30 dias após a mordedura de carraça, consistindo numa mancha avermelhada no local da mordedura da carraça, muitas vezes com uma zona clara central. Mais tarde, podem surgir manchas semelhantes, embora de menores dimensões, em outras partes do corpo.

Alguns dias ou semanas depois da infeção, podem surgir outros sintomas como mal-estar geral, cansaço, febre, calafrios, dores de cabeça, rigidez da nuca, dores musculares e articulares.

A progressão da doença, ao longo de meses ou anos, pode afetar outros órgãos, como o sistema nervoso central (podendo causar meningite assética, nevrite craniana, encefalomielite…), as articulações (artrite), o coração (arritmia, miocardite, pericardite) e os olhos (conjuntivite, uveíte).

O risco da doença de Lyme é a progressão para órgãos importantes, como o sistema nervoso central e o coração, onde pode causar complicações graves como meningite assética e insuficiência cardíaca.

Nem todas as manifestações clínicas são graves, embora possam ser incomodativas (como cansaço, distúrbios do sono, memória e humor).

As manifestações da doença de Lyme podem diferir de pessoa para pessoa e de acordo com o estadio da infeção.

Se a infeção inicial não for tratada, podem surgir outras complicações meses ou anos mais tarde.

O risco de contrair a doença de Lyme é maior nas pessoas que frequentam zonas com elevado grau de humidade, como florestas e matas e em regiões do mundo onde a doença é endémica (no nordeste dos Estados Unidos da América, Europa central e oriental e Ásia oriental).

Alguns contextos ocupacionais ou recreativos (como guardas florestais, agricultores ou praticantes de campismo e passeios pedestres) favorecem esta exposição, aumentando o risco de infeção.

Existe uma distribuição etária bimodal, com um pico entre os 5 e 19 anos e outro entre os 55 e 69 anos de idade.

A melhor forma de prevenir a doença é evitando a mordedura de carraça, em particular ao frequentar matas, florestas e ambientes semelhantes em zonas endémicas.

Para isso, deve cobrir-se o máximo de superfície corporal (não esquecendo o couro cabeludo e os pés) com roupa clara (o que ajuda a localizar eventuais carraças) e calçado protetor, e deve ser aplicado repelente de carraças na pele, roupa e calçado.

Ao final do dia, em zonas endémicas, deve ser analisada toda a superfície corporal, para tentar localizar qualquer carraça e removê-la.

Se a terapêutica antibiótica for iniciada perante os primeiros sintomas, é muito eficaz e muito pouco provável a progressão para as formas mais graves da doença.

A doença de Lyme é mais comum na primavera e verão, ocorrendo a maioria dos casos entre maio e setembro. É uma doença comum, característica das zonas de clima temperado. É frequente em Portugal, onde a presença da carraça responsável pela transmissão da doença é endémica.

Bella Hadid, Justin Bieber e Shania Twain são alguns exemplos de famosos com a doença. O fator em comum que pode estar implicado é a residência em zonas onde a doença é endémica, bem como as viagens frequentes, muitas vezes também para zonas com elevada incidência de doença de Lyme.

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Dra. Helena Toda Brito

Dermatologista

Hospital Lusíadas Lisboa

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