Macron anuncia novas centrais nucleares em França, mas Portugal não quer energia nuclear

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O Ministro português do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, defendeu ontem que a União Europeia (UE) não deve financiar projetos de energia nuclear porque “não é segura, não é sustentável e custa muito dinheiro”.

O Ministro falava em Glasgow, num evento à margem da 26ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), no qual foi apresentada uma declaração conjunta da Alemanha, Portugal, Luxemburgo, Áustria e Dinamarca a defender uma “taxonomia” de projetos energéticos da UE livre de energia nuclear. “Não estamos aqui para definir as políticas energéticas de nenhum país. Estamos aqui para enfatizar que realmente é uma má decisão colocar o nuclear dentro da taxonomia europeia. Não é seguro, não é sustentável e custa muito dinheiro”, argumentou.

O financiamento europeu, vincou Matos Fernandes, deve direcionar-se para outras opções, principalmente as energias eólica e solar, e adiantou estarem em contacto com o setor privado para tomar esta mesma posição. “Todo o dinheiro que se coloca na energia nuclear é definitivamente dinheiro que se devia colocar em energia renovável e é disso que o mundo precisa. Precisamos de energia, mas que não venha de [combustíveis] fósseis. E precisamos de energia que não tenha lixo nuclear”, insistiu.

Mas dois dias antes, o Presidente Emmanuel Macron anunciou que a França vai construir novas centrais nucleares, depois de já ter anunciado que vai apostar na tecnologia dos mini-reatores nucleares.

Os novos objetivos relativos a energia e ambiente para 2030 e 2050 foram anunciados por Emmanuel Macron durante a comunicação ao país desta semana.

A França é o terceiro maior produtor de energia nuclear do mundo, atrás dos Estados Unidos e China.

Numa intervenção na COP26, antes do Ministro português Matos Fernandes, também a Ministra do Ambiente alemã, Svenja Schulze, afirmou que “a energia nuclear não pode ser uma solução para a crise climática” porque é muito arriscada, muito lenta e não sustentável. Atualmente, cerca de 12% da eletricidade da Alemanha tem origem no nuclear e metade em fontes renováveis.

A COP26 decorreu seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

 

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LusoJornal