Saúde: Qual a relação entre Tratamentos para a Alopecia e Fertilidade?

Qual a relação entre alopecia e a fertilidade? Esta é uma questão muito comum, porque a testosterona desempenha um papel crucial em ambos. Existe, certamente, uma forte ligação entre os tratamentos para a alopecia e a fertilidade masculina.

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O papel da testosterona na Alopecia

A testosterona é a hormona sexual masculina, embora também seja segregada pelas mulheres em muito menor grau. À medida que envelhecemos a quantidade de testosterona diminui e também se transforma em dihidrotestosterona, a hormona responsável pela queda de cabelo na alopecia androgenética. Este tipo de alopecia é comum tanto nos homens como nas mulheres, afetando até 80% dos homens ao longo das suas vidas e 20% das mulheres. De facto, após os 50 anos de idade, metade dos homens sofrem com a Alopecia, enquanto as mulheres sofrem mais a partir dos 70 anos de idade, atingindo 40% das mulheres.

A alopecia androgenética caracteriza-se pela perda progressiva de unidades foliculares desde a zona frontal até ao topo da cabeça. A ação das hormonas faz com que os folículos se miniaturizem, tornando-se cada vez mais fracos e gerando cabelos fracos, curtos e finos, até acabarem por morrer.

Por esta razão, muitos tratamentos farmacológicos para a queda de cabelo têm como objetivo aumentar o nível de testosterona, tal como a Finasterida. Esta, atua ao bloquear a enzima 5 alfa redutase a fim de aumentar a quantidade de testosterona, ao mesmo tempo que diminui a produção de hormonas que estimulam a produção de esperma. Por esse motivo, pensa-se que alguns dos efeitos secundários deste fármaco incluem a redução da libido, quantidade de sémen e contagem de esperma, bem como disfunção eréctil e aumento dos seios masculinos. No entanto, não há necessariamente um problema com o esperma.

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Quero ser pai, devo parar o tratamento para a alopecia?

Deve ter em conta que qualquer um destes efeitos secundários é reversível e desaparece alguns meses após a interrupção da medicação. Por conseguinte, se vai ser submetido a tratamento de reprodução assistida, é aconselhável aguardar pelo menos 3 meses após a interrupção do tratamento com Finasterida. Em qualquer caso, será indicado pela análise do sémen realizada em clínicas de fertilidade. Isto tornará possível relacionar a diminuição da qualidade do sémen ao tratamento da alopecia ou identificar outras causas possíveis.

Por outras palavras, é aconselhável, de acordo com a ficha de dados técnicos do medicamento, suspender o tratamento se estiver a tentar tornar-se pai. Também se recomenda que as mulheres não se exponham ao sémen do seu parceiro, pelo menos durante as primeiras 16 semanas de gravidez, se ele estiver a realizar este tratamento. Também deve ser considerado que se causar diminuição da libido ou disfunção eréctil, é melhor evitá-la durante estes processos. O minoxidil não demonstrou estar ligado à infertilidade, embora a Dutasterida tenha efeitos secundários semelhantes aos da Finasterida. Além disso, as mulheres devem evitar a gravidez durante o tratamento com este medicamento e pelo menos durante seis meses após a sua conclusão. No entanto, não causa infertilidade nem nos homens nem nas mulheres, e todos os efeitos secundários são reversíveis.

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Dr. Carlos Portinha
Médico

Director clínico do grupo Insparya