Míssil da Rússia atingiu a Embaixada de Portugal na Ucrânia


Esta madrugada um ataque de mísseis russos atingiu Kiev, a capital da Ucrânia e a Embaixada de Portugal naquele país foi danificada. O Governo português condenou emitiu esta manhã um comunicado de Paulo Rangel, Ministro dos Negócios Estrangeiros, onde se lê que o Executivo “condena de forma veemente os ataques desta madrugada a Kiev, que causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da Embaixada de Portugal”.

Paulo Rangel informava também que o Encarregado de negócios da Federação Russa – que na prática é o Embaixador interinoem Lisboa – “foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto da Federação Russa”, acrescentou o Palácio das Necessidades.

A diplomacia portuguesa considera “absolutamente inaceitável que qualquer ataque possa visar ou ter impacto em zonas de instalações diplomáticas”.

O Presidente da República portuguesa também considerou que os danos na Embaixada portuguesa em Kiev provocados por ataques russos constituem um precedente de violação do direito internacional perante o qual Portugal se viu obrigado a reagir com firmeza.

“Portugal não tinha outra solução se não reagir, e reagir com firmeza e imediatamente, porque é um precedente que se traduz numa violação de regras de direito internacional”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Segundo o Chefe de Estado, as instalações da embaixada de Portugal foram “indiretamente atingidas” pelos ataques russos, “não se pode dizer que tenha sido um míssil dirigido contra a Embaixada, mas teve efeito na Embaixada, e noutras Chancelarias de países representados que utilizam o mesmo edifício”.

Interrogado se interpreta estes ataques como uma resposta da Rússia ao apoio que países europeus têm dado à Ucrânia, respondeu: “Não sei, eu não tenho que me pronunciar sobre isso. O que tenho que dizer é que Portugal não tinha outra solução se não reagir, e reagir com firmeza e imediatamente”.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que foi contactado hoje de manhã pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre esta matéria. “O senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros entendeu, em conjunto com o senhor Primeiro-Ministro e também comigo, que devia ser feita uma diligência junto do país em causa, e que isso seria comunicado publicamente por uma nota”, adiantou.

O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, também já veio a público e exigiu hoje o “estrito respeito” pelo direito internacional, agradecendo a solidariedade europeia depois do ataque russo a Kiev, que teve “um impacto intolerável” sobre as instalações diplomáticas portuguesas.

“Diante de mais um horrível ataque da Rússia sobre Kiev, agora com um impacto intolerável sobre instalações diplomáticas portuguesas, agradeço a solidariedade europeia da Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e da Alta Representante, Kaja Kallas”, afirmou Luís Montenegro.

Portugal “exige o estrito respeito pelo direito internacional”, acrescentou o Primeiro-Ministro, numa publicação na rede social X.

Na verdade, seis missões diplomáticas, entre elas a de Portugal, foram danificadas pelos ataques russos que atingiram hoje de manhã um bairro nobre do centro de Kiev. Além da de Portugal, foram atingidas as missões diplomáticas da Albânia, Argentina, Autoridade Palestiniana, Macedónia do Norte e do Montenegro, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano numa mensagem. A maioria destas missões está localizada no mesmo edifício.

O Chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, indicou que não há registo de feridos na equipa da Embaixada portuguesa em Kiev.

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União Europeia também reagiu

A alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenou o “ataque bárbaro” com mísseis russos que danificou a Embaixada de Portugal. “Mísseis russos danificaram a Embaixada de Portugal em Kiev. Nenhuma representação diplomática pode ser um alvo ou ser atingida. Isto é mais um ataque bárbaro da Rússia contra alvos civis que indica que não há qualquer vontade de paz”, escreveu Kaja Kallas na rede social X, pouco depois de ser noticiado que a representação diplomática na capital ucraniana foi danificada.

A ex-Primeira-Ministra da Estónia apresentou “total solidariedade para com os funcionários diplomáticos” portugueses.

Quanto à Presidente da Comissão Europeia, afirmou hoje que o “desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar”. “Mais um ataque horrendo da Rússia contra Kiev. Desta vez contra um edifício que alberga a Embaixada de Portugal e outros serviços diplomáticos. O desrespeito de Vladimir Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar”, escreveu Ursula von der Leyen na rede social X. “Solidariedade com Portugal”, escreveu, em português, a presidente do Executivo comunitário.

LusoJornal