José Dias Fernandes disse no Parlamento que Portugueses do estrangeiro são tratados como os Curdos do Curdistão

O Deputado José Dias Fernandes do partido Chega subiu à tribuna na Assembleia da República, esta semana, durante o debate do Programa do Governo e afirmou que “mais uma vez, os Portugueses residentes no estrangeiro nestas últimas eleições foram tratados como Portugueses de segunda, e porquê? Porque quando um Governo não reconhece o seu povo com igualdade de cidadania, dizia Aquilino Ribeiro, é que os dirigentes que se chamam Estado se tornaram numa quadrilha, governa para os seus interesses e não para o seu povo”.

Depois lembrou, mais uma vez o episódio das eleições legislativas de 18 de maio, no que diz respeito aos círculos eleitorais da Europa. “O que se passou nestas últimas eleições não passa de banditismo político. Há milhares de portugueses que não receberam o seu boletim de voto e até alguns Consulados estiveram fechados. Isto dura há 50 anos com a cumplicidade do PSD e do PS. Nós, os emigrantes somos tratados como os Curdos no Curdistão, ou mesmo o que os brancos faziam aos africanos na África do Sul, no tempo do apartheid”.

Ainda sobre a questão dos votos, José Dias Fernandes afirma que “somente 30% dos votos chegaram ao seu destino e os outros 70% para onde foram? E 30% dos votos foram anulados e porquê? Porque não vinham acompanhados com a fotocópia do Cartão do Cidadão, esta obrigação foi imposta pelo PSD e PS”. Ainda sobre este assunto, o Deputado do Chega apela que “é uma extrema necessidade de passar ao voto eletrónico para as Comunidades, o que a maioria dos Partidos se comprometeram na sua campanha nos círculos da emigração”.

E perguntou: “todos os Partidos fizeram campanha nos círculos da emigração prometendo o que o Chega levou no seu programa para as Comunidades. Será que agora vão cumprir o que prometeram e não se servirem só para as próximas eleições e continuar a enganar os emigrantes?”

Numa intervenção de durou pouco mais de um minuto e meio “porque uma colega do Partido falou do que devia” o Deputado ainda teve tempo para afirmar que “há impostos que são uma verdadeira perseguição à carteira dos emigrantes, tal como a dupla tributação, o imposto RNH, que o senhor Primeiro-Ministro se comprometeu acabar com ele a 10 de junho de 2024, na Suíça. Vai o senhor Primeiro-Ministro cumprir e honrar a sua palavra? Sim ou não?”.

E para concluir: “Pergunto eu: se o Chega avançar com estas propostas, será que a AD as vai votar e assim cumprir o que o senhor Ministro José Manuel Fernandes prometeu aos emigrantes quando andou a fazer campanha? Pois só assim poderá honrar a sua palavra”.