LusoJornal / Marco Martins

Andebol/Gilberto Duarte: «Foi muito especial defrontar o Porto»

Gilberto Duarte, que integra o plantel do Montpellier, perdeu na deslocação ao terreno do Paris Saint Germain por 35-30, num jogo a contar para a nona jornada do campeonato francês de andebol 2019/2020, a Lidl StarLigue. Um encontro durante o qual Gilberto Duarte marcou quatro golos, ele que foi o segundo melhor marcador da equipa da Sul da França.

Na tabela classificativa do campeonato francês de andebol o Paris lidera com 18 pontos, enquanto o Montpellier ocupa o quinto lugar com 12 pontos.

O LusoJornal falou com o internacional português que chegou durante o Verão à equipa do Montpellier, e que vai defrontar o Porto na Liga dos Campeões na cidade do Sul da França, visto que em território português a duas equipas empataram a 23 golos.

 

Como podemos analisar esta derrota frente ao PSG?

Contra uma equipa como o Paris, não podemos dar minutos de avanço, e foi o que aconteceu. No início do jogo, entrámos muito mal e já sabemos que, contra uma equipa deste nível, é muito difícil recuperar. Penso eu que depois, passados uns 10-15 minutos, tivemos bem, mas tivemos de ir atrás do prejuízo e isso foi muito difícil para nós.

 

O PSG entra sempre forte nos grandes jogos…

Eles aproveitam simplesmente os erros dos adversários. Se nós dermos a oportunidade para eles ganharem vantagem, eles vão ganhar vantagem. Isso é como todas as outras equipas. Se alguém contra nós cometer erros, nós vamos aproveitar para marcar. Hoje fomos nós que cometemos os erros e eles aproveitaram.

 

O PSG é a melhor equipa francesa?

Eles estão no primeiro lugar no campeonato, logo neste momento são os melhores. Mas isso não quer dizer que no final não mude. Vamos continuar a lutar, o campeonato é longo, e vamos dar o nosso melhor. No fim, logo se vê como acaba.

 

Que balanço podemos fazer até agora da temporada do Montpellier?

Tivemos 2-3 jogos muito abaixo do que devíamos ter feito, mas a temporada é longa. Cometemos erros mas temos de olhar em frente, melhorar a cada jogo, a cada treino, porque a segunda parte da época será muito importante, e ainda estamos na luta em todas as competições. Vamos continuar.

 

Como foi a adaptação ao campeonato francês, à cidade, à cultura…

São métodos diferentes de trabalho. A adaptação custa sempre. Mais mês, menos mês, as coisas entram no bom caminho, por isso sinto-me bem e cada dia que passa treino para melhorar e para me adaptar à equipa. Estou bem neste momento.

 

O que foi mais complicado?

Mudar as rotinas, mudar o método de trabalho, a mentalidade no jogo. Isso tudo custou um bocado, mas isso custa sempre, sempre que há uma mudança de país, de cultura.

 

O Campeonato francês é assim tão diferente dos outros? Já jogou em Portugal, na Polónia, em Espanha…

Este último ano foi considerado o melhor campeonato da Europa. A grande diferença é a competitividade. Qualquer equipa pode ganhar a qualquer outra equipa. É uma liga de grande competitividade, o que não há nos outros campeonatos.

 

Quais são os objetivos pessoais?

É ajudar a equipa a ganhar todas as competições onde estamos inseridos. O clube tem os seus objetivos, e eu, nós os jogadores, temos a ambição de competir para ganhar.

 

Quais são os objetivos do clube?

Os objetivos são passo a passo. Em França ganhar todas as competições internas, lá fora é irmos passo a passo.

 

O que podemos dizer do percurso na Liga dos Campeões?

Tem sido bom, estamos bem colocados, bem posicionados, e o nosso primeiro objetivo é passar a fase de grupos. Está quase garantido o apuramento, mas não podemos perder concentração. Tem de ser dia a dia, jogo a jogo, não podemos pensar muito à frente.

 

Jogou contra o Porto (ndr: 23-2 3 em Portugal) e vai jogar novamente dia 23, é especial defrontar o seu antigo clube?

É sempre especial voltar a uma casa onde fui muito feliz. Estive nove anos no Porto, e felizmente tive mais conquistas do que derrotas, por isso é uma casa onde fui muito feliz e foi muito especial a recepção dos adeptos e a homenagem que me fizeram. Foi muito especial.

 

Marcou o tento do empate frente ao Porto…

Foi um golo especial mas não por ter empatado. Eu queria ganhar o jogo. As coisas têm de ser postas à parte. Quando o jogo começou estava a jogar pelo Montpellier e era para ganhar, mas naquele momento, aquele golo, sim foi um bocado estranho. Dei o meu melhor em campo, tentei a vitória mas não consegui, dei o empate à minha equipa, foi o melhor que consegui fazer. Agora é novamente tentar vencer.

 

Estamos a dois meses do Europeu, tem um certo cuidado para não sofrer lesões?

A partir do momento em que um jogador preocupar-se com isso e não der o seu melhor, aí sim pode haver uma lesão. No meu caso eu vou continuar a dar o meu máximo, vou continuar a trabalhar todos os dias, para poder evitar essas situações de lesão. Sempre que um jogador entra com medo, aí sim há grande probabilidade de lesão. É passo a passo, jogo a jogo, não vou pensar no que se pode passar daqui a dois meses. Tenho muitos jogos até lá, vou tentar ganhar todos os jogos até lá. Quando chegar a altura, vou pensar nisso.

 

Gilberto, é luso-caboverdiano?

São as minhas origens, são as origens dos meus pais. Este Verão fui lá de férias para conhecer de onde os pais vieram. Já tinha ido, mas noutra ilha, desta vez fui à ilha da minha mãe, e próxima vez quero ir à ilha do meu pai, quero conhecer as origens dos meus pais, é sempre bom. Cultura nunca ocupa espaço.

 

[pro_ad_display_adzone id=”2724″]