Lusa / Paulo Novais

Apenas 304 lusodescendentes colocados na primeira fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior em Portugal


Mais de 43 mil alunos ficaram colocados numa instituição de ensino superior pública, correspondendo a nove em cada 10 candidatos, e a maioria conseguiu vaga no curso que pretendia, segundo dados oficiais divulgados ontem. No entanto, apenas foram colocados 304 alunos emigrantes ou filhos de emigrantes nas Universidades portuguesas.

Todos os anos há um contingente de 7% dos alunos que ingressam no ensino superior português reservado para alunos emigrantes ou descendentes de emigrantes, mas nunca este contingente foi completamente atingido.

Se aplicássemos esta percentagem aos 43.000 alunos que ingressaram na primeira fase do concurso, havia disponibilidade para acolher cerca de 3.000 alunos. No entanto, apenas entraram 10% deste contingente.

Por que razão os lusodescendentes não aproveitam para ir estudar em Portugal onde podem entrar, qualquer que seja a média obtida no BAC francês, ao abrigo deste contingente? Algumas campanhas têm sido feitas, nas a realidade é que estes números não “descolam”. Alguns testemunhos que chegam ao LusoJornal, tanto dos alunos como dos pais, é que o processo é complexo e leva muitas vezes ao abandono desta hipótese.

Em Portugal, este ano houve menos nove mil candidatos ao ensino superior, não chegando aos 50 mil, e as previsões de haver menos alunos a entrar no ensino superior confirmaram-se: Na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior ficaram colocados 43.899 estudantes, o que corresponde a uma diminuição de 12,1% em relação ao ano passado.

Por outro lado, aumentou a percentagem de candidatos que conseguiu uma vaga, atingindo-se o valor mais alto de sempre de 90,1% de colocados, mais quatro pontos percentuais do que em 2024.

A maioria (63,1%) conseguiu ficar colocada na sua primeira opção e 90,9% numa das suas três primeiras opções de candidatura, sendo também estes os valores mais elevados dos últimos anos.

Para o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), este aumento percentual revela “um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições”.