Congresso em Portugal sobre a mítica freira Mariana Alcoforado que enviou cartas de amor a cavaleiro francês

Mais de 40 comunicações, teatro, música, exposições, visitas guiadas, homenagens e lançamentos de livros vão marcar o 1.º congresso internacional sobre a mítica freira Mariana Alcoforado, entre sexta-feira e domingo, em Lisboa e Beja.

Trata-se da freira de Beja, Mariana Alcoforado, que escreveu as “célebres” cinco cartas de amor, “Cartas Portuguesas”, dirigidas ao cavaleiro francês Noël de Chamilly, por quem nutriu “uma paixão sublime”, e que testemunham e tornaram “universal” o seu amor não correspondido e foram publicadas pela primeira vez há 350 anos em Paris.

O Congresso Mariana, integrado no 2.º Festival B, em Beja, dedicado ao imaginário romântico da freira, é organizado por investigadores da Universidade Nova de Lisboa em colaboração com a Universidade de Massachusetts (Estados Unidos da América) e o município alentejano.

Segundo a Câmara de Beja, em comunicado enviado à agência Lusa, durante o congresso, 45 investigadores de sete países vão reunir-se para debaterem “em torno da obra de Soror Mariana, cuja paixão permanece no centro da galeria de mitos de amor portugueses”, e fazerem “um exame aprofundado dos estudos já realizados e o lançamento de novos trabalhos” sobre a freira e o mundo barroco em que viveu.

“Três séculos e meio após a vinda a público de um dos textos mais influentes da cultura ocidental, o apelo das famosas Cartas permanece irresistível”, refere o município, frisando que “o epistolário” da freira, “com a sua impetuosa escrita de amor e dor, suscitou e suscita inúmeros debates, ensaios, teses de doutoramento, recriações literárias novelísticas, poéticas e teatrais, obras pictóricas, plásticas e musicais, figurando de forma preeminente no imaginário português e estrangeiro”.

O congresso vai começar na sexta-feira, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, com a concentração dos congressistas para uma visita guiada à exposição bibliográfica “Mariana Alcoforado: 350 anos de paixão e prélios”.

A exposição, sobre a primeira edição das cartas em francês publicada em 1669 com o título “Lettres portugaises traduites en François”, foi preparada para o congresso, inclui as espécies daquela instituição e está patente até ao dia 30 deste mês.

O congresso vai incluir seis homenagens póstumas, duas em Lisboa, na sexta-feira, a Noël de Chamilly e a Luciano Cordeiro, que “afortunadamente resgatou a identidade de Mariana Alcoforado”, e quatro em Beja, no fim de semana, a Mariana Alcoforado, à poetisa Florbela Espanca, ao poeta Luís Amaro e ao historiador, investigador, artista plástico e museólogo Leonel Borrela.

A sessão de abertura do congresso vai decorrer na sexta-feira, no Museu Regional de Beja, e incluir a apresentação do livro de banda desenhada “Mariana” de Paulo Monteiro.

Um concerto do Coro do Carmo, visitas guiadas a duas exposições e a testemunhos da cidade seiscentista e setecentista, como o Convento de N. Sra. da Conceição, onde Mariana viveu e morreu, e a apresentação da peça de teatro “Mariana e Noël” por alunos dos agrupamentos de escolas 1 e 2 de Beja são outras ofertas do congresso previstas para sexta-feira em Beja.

Os trabalhos do congresso vão decorrer no fim de semana e incluir várias sessões com um total de 42 comunicações e lançamentos de três livros no edifício do antigo Hospital da Misericórdia, no Centro Social do Lidador e no Museu Regional de Beja.

 

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