Cultura popular: Grupo etnográfico – Casa de Ponte da Barca em Lyon

Nome da associação: Casa da Ponte da Barca em Lyon

Data de criação: 6 de janeiro de 2019

Cidade: Vaulx-en-Velin

Presidente: José Manuel Lopes Alves

Telefone: 06.23.83.77.25

Mail: casadapontedabarca.lyon@gmail.com

 

Nome do grupo folclórico: Grupo etnográfico – Casa de Ponte da Barca em Lyon

Data de criação: 6 de janeiro de 2019

Diretor: Joaquim Brito

Ensaiadores: Damien Alves e João Pedro Alves

 

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Quando foi criado o grupo?

O grupo foi criado com o intuito de mostrar e deixar registado os usos e costumes dos nossos antepassados para que os mais jovens e aqueles que ainda estão para vir possam ver que o folclore não é só cantar e dançar. Folclore é mostrar as vivências de um povo do qual são as nossas raízes. Folclore é cantar, dançar, são as lidas do campo, da festa, são as feiras, as romarias e as cerimónias, ou seja, são as vivências do povo, os usos e costumes, como já foi referido.

 

Qual é a região que o grupo representa?

Como é óbvio, representamos o concelho de Ponte da Barca e as suas freguesias, um concelho do Alto Minho interior, na margem esquerda do rio Lima e pertencendo ao distrito de Viana do Castelo. Já era um projeto antigo. Para nós, é a nossa terra mãe! Conhecendo bem, achámos que será mais fácil fazer uma representação mais aproximada a realidade, baseada nos registos que temos em fotos, peças antigas e contacto de pessoas que ainda viveram parte desta época. O nosso grupo foi criado no tempo do processo de geminação entre Ponte da Barca e Vaulx-en-Velin, podemos então dizer que somos «testemunhas» desse processo.

 

O grupo tem alguma particularidade que se possa destacar?

A nossa particularidade está no trajar baseado nos anos 1860 a 1930. Mas também nas danças, por serem danças originais, as chamadas danças do povo. Somos um grupo etnográfico, o que significa que tentamos representar da melhor maneira possível os nossos antepassados, que seja pelo trajar, pelas nossas danças e músicas, mas também através de cenas etnográficas.

 

O grupo é federado na Federação do folclore português?

Por enquanto não somos federados. Pois isso não é fácil, é um processo longo e que necessita muito trabalho, muitas melhoras, coisas que se concretizam com o tempo. Mas é óbvio que tencionamos um dia vir a ser federados, temos isso como um dos nossos primeiros objetivos: levar as coisas a uma possível federação do grupo. Mesmo se um dia chegarmos lá, não vamos deixar de continuar a trabalhar para melhorar cada dia.

 

Quantos elementos tem o grupo?

O grupo conta com 48 elementos, incluindo dançadores e tocata. A nível de idades vamos de 0 a 65 anos.

 

Já gravaram algum CD?

Ainda não gravamos nenhum CD pois ainda só temos um ano de existência. Mas é certo que é um projeto que temos em vista, um trabalho que tencionamos fazer, está dentro dos nossos principais objetivos. É importante para nós poder divulgar as nossas músicas, mostrar o trabalho que se tem feito. E a gravação de um CD é uma boa concretização e um bom modo de dar a conhecer ao mundo o nosso grupo.

 

Organizam algum Festival?

Ainda não tivemos oportunidade de fazer um festival. Mas talvez será num futuro próximo, pelo menos esperamos que assim seja.

 

Que outros eventos organizam?

Já organizámos alguns eventos privados como o São João, por exemplo. Em dezembro, organizámos um evento que teve a ver com a geminação do concelho de Ponte da Barca com Vaulx-en-Velin, onde se encontraram os autarcas das duas câmaras, mas também estiveram presentes algumas das pessoas que nos têm patrocinado, nesse evento tivemos também oportunidade de apresentar o nosso grupo, a nossa associação.

 

Neste primeiro ano de existência, qual a saída que mais marcou o grupo?

Costumamos ter saídas, sobretudo entre o mês de abril e o mês de outubro. E também podemos dizer que a nível de saídas estamos a integrar-nos bem em todo o tipo de atuações, incluindo festivais, quer em França, quer além-fronteiras. No dia 18 de maio de 2019 (em Saint Maurice L’Exil) foi a primeira vez que este projeto deu a cara e essa saída será, sem dúvida, a mais marcante de todas. Mas este ano de 2020 começou com a nossa primeira saída ao estrangeiro. Participámos no sexto Festival Lusófono de Bruxelas. Foi para nós uma honra estar lá. Por isso temos por agora estas duas saídas que marcaram o grupo.

 

Quais as principais dificuldades?

As dificuldades são várias desde a falta de fundos, passando pela gestão de todo um grupo, encontramos várias dificuldades. Mas a nossa maior dificuldade, hoje em dia, é a falta de recursos financeiros para dar asas ao projeto. Infelizmente já tivemos de recusar muitas saídas para o estrangeiro, sobretudo saídas com imenso reconhecimento por causa dessa dificuldade. Pois como se podem imaginar, este tipo de projeto requer muito trabalho para fazer roupas e instrumentos e até utensílios para representações e tudo isto tem um valor monetário. E como não temos de momento nenhuma fonte onde posamos daí ter algum rendimento, torna tudo bem mais complicado. Mas temos a sorte dos elementos estarem bem integrados no projeto o que vai facilitando as coisas.

 

Têm apoio da Mairie de Vaulx-en-Velin?

Sim, claro que nos tem ajudado bastante. Tem-nos emprestado uma sala para podermos ensaiar estes últimos tempos. Também temos apoio da Câmara Municipal de Ponte da Barca, que nos segue em cada passo que damos. Mas são sobretudo apoios morais. Além da Mairie de Vaulx-en-Velin e da Câmara de Ponte da Barca, temos a empresa Da Silva Transports que nos ajudou muito desde o início, deixando-nos ensaiar e utilizar os seus armazéns.

 

Qual é o principal sonho do grupo?

O nosso sonho é que, quando estamos a fazer uma atuação ou uma representação, que as pessoas sintam na pele o que somos e de onde vimos, ou seja, mostrar o que realmente é o nosso folclore, um património sem valor.

 

Na vossa opinião, como se porta o folclore português em França?

É certo que houve um tempo em que o folclore português não era representado de forma mais correta, no nosso ponto de vista. Felizmente, pouco e pouco tudo vai mudando positivamente. Em algumas regiões mais do que noutras, mas tudo tem o seu tempo.

 

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LusoJornal