Governo francês esclarece que afinal não há interdição de viagens a Portugal

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

 

O Secretário de Estado para os Assuntos Europeus francês esclareceu ontem que “não há qualquer interdição de viajar” para Portugal, embora tenha desaconselhado essas viagens devido aos riscos da pandemia de Covid-19.

“Não há interdição de circular no seio da Europa, neste momento, mesmo para Espanha e para Portugal”, clarificou Clément Beaune, em entrevistas a estações de Rádio e de TV francesas.

Poucas horas antes deste esclarecimento, o Secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus tinha desaconselhado as viagens a Portugal e a Espanha, admitindo o reforço de medidas de combate à pandemia de Covid-19, em particular por causa do risco de propagação na variante Delta do novo coronavírus.

Alegando que a situação nos países ibéricos é “particularmente preocupante”, Clément Beaune tinha-se dirigido aos que “ainda não reservaram as suas férias” para evitarem os destinos de Portugal e de Espanha, em particular a região da Catalunha.

Nos esclarecimentos posteriormente acrescentados, o Secretário de Estado francês disse que essa tinha sido apenas “uma mensagem de prudência e de responsabilidade”, justificando-se com o facto de “as autoridades sanitárias espanholas e portuguesas terem indicado, elas mesmas, que nos seus países a situação é neste momento preocupante”.

“Quero ser claro: não existe proibição de circulação dentro da Europa, hoje, no que diz respeito a estes países. Por outro lado, existe em toda a União Europeia um cartão de saúde que verifica ou a sua vacinação ou um teste negativo para qualquer viagem à Europa”, insistiu Clément Beaune.

 

Portugueses em França pediram intervenção do Governo sobre viagens para Portugal

A comunidade portuguesa em França ficou “consciente” de que planos de verão podem mudar devido à situação pandémica em Portugal, mas pediu ao Governo português que dialogue com o executivo francês de forma a amenizar possíveis medidas.

“Os Portugueses estão conscientes de que podem ter de alterar os planos de férias para ir a Portugal. Mas há um papel junto do Ministério, a nível da diplomacia para trabalhar estas questões e evitar que isto possa acontecer”, disse Rui Barata, Conselheiro das Comunidades Portuguesas na região de Strasbourg, em declarações à Lusa.

O anúncio do Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, a “desaconselhar” viagens a Portugal, dando a entender que a França vai impor medidas restritivas sobre essas viagens, sobressaltou a Comunidade portuguesa em França que prepara as férias de verão agora que o ano escolar terminou.

Rui Barata estima que o movimento de pessoas entre França e Portugal possa atingir até 500 mil pessoas no verão, algo relevante para a economia portuguesa, mas também para os emigrantes e lusodescendentes que não veem a família há mais de um ano.

“Acho que é legítimo o receio de que o vírus, a variante Delta, venha para França. Vamos esperar para ver quais são as medidas que vão ser anunciadas. Até lá, é prematuro falar porque não sabemos quais as repercussões para a nossa comunidade”, indicou Carolina Amado, Conselheira das Comunidades Portuguesas na região de Toulouse.

Segundo a Embaixada de Portugal em França, até qualquer novo anúncio do Governo francês, “vigora o que já foi anunciado pela senhora Secretária de Estado no Portal das Comunidades Portuguesas, não havendo por enquanto qualquer indicação de implicações no regresso”.

O conselho de Berta Nunes, que há duas semanas esteve em Paris, foi que os Portugueses se vacinassem de forma a apresentarem um passe sanitário europeu válido e para poderem circular dentro do país.

De forma a regressarem ao país, Carolina Amado, conta que muitas pessoas da Comunidade organizaram a toma da vacina para poderem partir 14 dias depois da última dose.

Apesar de diferentes solicitações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês ainda não respondeu à Lusa quando as medidas serão anunciadas e quais podem vir a ser impostas.

 

Pedro Siza Vieira defende Certificados Covid

Ontem à tarde, no final da reunião do Conselho de Ministros, o Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, referiu-se à decisão do Governo francês, alinhando com este argumento de Beaune e dizendo que Portugal continuará a insistir no recurso ao Certificado Covid como instrumento de regulação de viagens na União Europeia.

Logo de manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, mostrara-se compreensivo com a posição do Governo francês de desaconselhar viagens não essenciais a Portugal.

“A situação de Portugal no que diz respeito à pandemia agravou-se e as preocupações de um Estado amigo, como a França, em relação aos seus cidadãos, no que diz respeito à possibilidade de viajarem para Portugal, são compreensíveis. Trata-se de um conselho”, afirmou Augusto Santos Silva, em declarações à Lusa, sublinhando que esta posição deve ser enquadrada com as decisões da União Europeia (UE) relativas ao certificado digital.

 

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]